"O legado de Ritinha da Bahia: mulheres no jogo da resistência é um livro múltiplo, feito por muitas mãos e aberto a muitas vozes, tendo Ritinha da Bahia como seu pivo. É a partir dela que uma nova genealogia da capoeira (feminista, horizontal, insurgente) pode ser vislumbrada em toda sua potência. Não se trata de uma biografia de Ritinha, mas do seu reconhecimento, como afirma a organizadora: "Na verdade, eu ainda não tinha plena consciência da sua importância na história da capoeira, nem do descompasso entre a sua trajetória de pioneirismo e resistência e o lugar por ela ocupado às margens do universo da capoeira angola. Ainda não imaginava o quanto esse encontro ia ser envolvente, e muito menos que me levaria, quatro anos mais tarde, a organizar um livro em que ela, Ritinha da Bahia, seria a fonte de inspiração e o horizonte de uma série de narrativas e reflexões produzidas por mulheres capoeiristas e feministas. [...] Ritinha foi uma descoberta para muitas de nós. Havia uma mulher capoeirista 'das antigas', uma mulher negra e pobre, uma mulher que encarnava os valores mais legítimos do mundo da capoeira angola, excluída por essa comunidade! Ritinha precisa ser lembrada. Sua história é a história de uma dupla resistência às discriminações racistas e sexistas. Esse livro pretende abrir espaço para que se ouça e conheça essa história e que se reflita sobre o que ela significa, para nós mulheres, mas também, espero, para capoeiristas de qualquer gênero e/ou pesquisadores(as) dedicados(as) ao conhecimento do universo da capoeira. Nesse sentido, penso no legado deixado por Ritinha em múltiplas dimensões, desde a mais tradicional - o resgate da história de vida de uma figura de proa - até os questionamentos e reflexões críticas possíveis em torno da ideia de 'figura de proa', referência e representatividade, pensados no feminino."--Cover page 4.