An edition of A Força que Vem do Altíssimo (2016)

A Força que Vem do Altíssimo

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August 15, 2016 | History
An edition of A Força que Vem do Altíssimo (2016)

A Força que Vem do Altíssimo

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Uma correta compreensão do assunto do nosso título requer antes de tudo que se saiba que a força aqui referida, como sendo proveniente de Deus, sempre se manifesta na nossa fraqueza.
O apóstolo Paulo havia aprendido esta lição através de duras experiências, e a maior delas depois que retornou do seu arrebatamento ao terceiro céu, e foi afligido por um mensageiro de Satanás que o esbofeteava e ao qual classificou de “espinho na carne”.
Quando orou insistentemente ao Senhor para que o removesse, teve como resposta que o Seu poder se aperfeiçoava na fraqueza, e portanto, o apóstolo deveria recorrer simplesmente à Sua graça que seria suficiente para fortalecê-lo e sustentá-lo.
Este aparente paradoxo, que é de fato uma das grandes verdades relativas ao poder do evangelho, será devidamente analisado nos capítulos deste livro, de forma que entenderemos que não há no caso qualquer contraposição de ideias.

Publish Date
Publisher
Silvio Dutra
Language
Portuguese
Pages
147

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Edition Availability
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A Força que Vem do Altíssimo
2016, Silvio Dutra
Paperback in Portuguese
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Book Details


Table of Contents

A Força que Vem do Altíssimo
Silvio Dutra
JAN/2016
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A474
Alves, Silvio Dutra
A força que vem do Altíssimo./ Silvio Dutra
Alves. – Rio de Janeiro, 2016.
147p.; 14,8x21cm
1. Cristianismo. 2. Graça. I. Título.
CDD 207
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Sumário
Introdução...............................................................
4
Porque Necessitamos de Força e Paz.........
5
O Segredo da Nossa Força.................................
7
Força e Coragem Vêm do Senhor.................
16 A Graça de Jesus é a Força do Cristão.........
23
A Fortaleza................................................................
29
Tão-somente sê forte e mui corajoso
37
O Braço Forte..........................................................
39
O Forte Vencido por Um Mais Forte...........
45
Fortalecidos com Poder.....................................
53
Seja Forte no Senhor...........................................
56
O Poder se Aperfeiçoa na Fraqueza.............
61
Como Podemos Ter um Coração Turbado e sem Paz Depois de Ter Obtido uma Vida de Vitória em Cristo?.....................
85
Faz Forte ao Fraco......................................................
90
Salmo 119.28.............................................................
92 Posso todas as coisas naquele que me fortalece.....................................................................
113
Usando as Armas de Deus – Efésios 6.10-13.....................................................................................
119
Cura de Deus para a Fraqueza do Homem
126
“Mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças...” (Is 40.31).............
138
O Senhor Pelejará por nós se Tivermos Fé.....................................................................................
142
Fortifica-me Oh Senhor!...................................
146
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Introdução
Uma correta compreensão do assunto do nosso título requer antes de tudo que se saiba que a força aqui referida, como sendo proveniente de Deus, sempre se manifesta na nossa fraqueza.
O apóstolo Paulo havia aprendido esta lição através de duras experiências, e a maior delas depois que retornou do seu arrebatamento ao terceiro céu, e foi afligido por um mensageiro de Satanás que o esbofeteava e ao qual classificou de “espinho na carne”.
Quando orou insistentemente ao Senhor para que o removesse, teve como resposta que o Seu poder se aperfeiçoava na fraqueza, e portanto, o apóstolo deveria recorrer simplesmente à Sua graça que seria suficiente para fortalecê-lo e sustentá-lo.
Este aparente paradoxo, que é de fato uma das grandes verdades relativas ao poder do evangelho, será devidamente analisado nos capítulos deste livro, de forma que entenderemos que não há no caso qualquer contraposição de ideias.
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Porque Necessitamos de Força e Paz
“O SENHOR dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz ao seu povo.” (Salmo 29.11)
Quem se converteu a Cristo e com isto mudou o seu antigo estilo de vida, necessitará obrigatoriamente de receber força e paz da parte de Deus para poder atender e suportar todas as demandas da nova vida que recebeu por meio da graça de Jesus.
Sem que renovemos todos os dias a graça que está sendo oferecida a nós no Senhor Jesus, para que sejamos fortalecidos, não podemos executar os nossos deveres para com ele, e nem poderemos suportar com paciência as aflições que teremos que enfrentar, em razão dos poderes das trevas que se levantam em oposição a todos aqueles que estiverem empenhados de modo sincero na obra de Deus.
Na verdade, a força não é propriamente nossa, mas dele, pois quem é suficiente para as coisas espirituais, celestiais e divinas? Por isso, é quando reconhecemos a nossa fraqueza que podemos ser fortes, por meio da força que recebemos da parte do Senhor, quando recorremos para tal propósito, ao seu trono de graça.
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Desta forma, somos abençoados por Deus com a sua paz, que preserva a nossa mente e coração em todas as provações que enfrentarmos.
Se Deus é por nós, nenhuma força contrária poderá prevalecer contra nós, porque somos assim guardados pela paz sobrenatural de Jesus, que excede todo entendimento.
Nisto se cumpre a promessa feita através dos profetas, como esta de Isaías 26.3: “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.”
Temos sobretudo paz perfeita e permanente com o próprio Deus, uma vez que por meio da justificação pela fé, por meio de Jesus, acabou a guerra que havia entre a nossa velha natureza e a justiça divina, Rom 5.1, e agora, em vez de inimigos, somos amigos de Deus para sempre. Por meio do sangue que Jesus derramou no Calvário a paz pôde ser celebrada entre nós pecadores remidos e lavados neste sangue precioso, e o Deus que é inteiramente justo e santo.
Assim, temos acesso a tudo isto, porque foi o próprio Deus o autor, o doador e o consumador desta condição bem-aventurada que temos em Cristo.
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O Segredo da Nossa Força
"Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Fp 4.13)
A Bíblia descreve homens e mulheres como eles são realmente, e nos mostra a sua fraqueza bem como a sua força. Somente o Livro de Deus é quem nos dá o retrato de um homem perfeito - o Homem Cristo Jesus, que nos faz heróis de Deus, homens de paixões como somos, caindo por vezes em tentações e pecados terríveis, porque negligenciam a vigilância e a oração. Assim, a mesma Bíblia que nos mostra um Noé como um gigante da fé, também o mostra como o primeiro bêbado; que descreve Abraão como estando pronto para sacrificar seu filho pela vontade de Deus, descreve-o também com medo de perder a sua vida por causa de sua esposa na terra de Faraó, e que mentiu para sua proteção. Lemos sobre Moisés e sua vida esplêndida de obediência, fé e autossacrifício, mas lemos também que ele falou imprudentemente com seus lábios. Temos os retratos de Davi em sua virilidade imaculada, o guerreiro arrojado, o amigo fiel, e o homem segundo o coração do próprio Deus, mas nos mostra também o retrato de Davi manchado com o pecado e vergonha, pintado pelos crimes de adultério e assassinato. A Bíblia nos fala da sabedoria de Salomão, mas também de sua
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loucura. Nós vemos Elias, antes destemido diante de Acabe, mas o vemos novamente fugindo com temor de Jezabel. Vemos Pedro andando sobre a água para Jesus, e podemos vê-lo, também, negando o seu Senhor por três vezes. E todas estas coisas foram escritas para o nosso aprendizado, para o nosso exemplo. Estamos mostrando como o mais puro, o mais nobre, o melhor dos homens pode cair em tentação súbita, estamos ensinando que não somos suficientes em nós mesmos, de pensar ou fazer qualquer coisa a partir de nós mesmos, e somos alertados pelos pecados, e encorajados pelos atos nobres, daqueles heróis de Deus descritos na Escritura Sagrada. Olhe para a história de Sansão, e veja lá o retrato de uma pessoa que era um gigante de força e conquista, e ainda que era fraco demais para conquistar a si mesmo. Tomo como minha primeira lição da vida de Sansão o solene dever dos pais em relação aos seus filhos. Um anjo de Deus disse aos pais de Sansão que eles teriam um filho, que deveria ser um Nazireu, isto é, ele seria dedicado ao serviço de Deus, para viver uma vida estritamente religiosa, separada do mundo, e obrigada a um voto de abstinência de todo tipo de bebida forte. Seu longo cabelo também seria um sinal externo e visível de seu voto. A mãe de Sansão, tanto antes como depois de seu nascimento, deveria também se abster de bebida forte e alimentos impuros. Manoá, pai de Sansão, buscou a orientação de Deus quanto à
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formação de seu filho, ele disse ao anjo: ""nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer.” Agora, meus irmãos, todo pai cristão deve aprender com isso a responsabilidade solene que repousa sobre ele. Seus filhos são todos nazireus em certo sentido. Eles são dedicados em seu batismo ao serviço de Deus, porque eles devem viver no mundo, mas não para ser do mundo. Eles são um sacerdócio escolhido, o povo adquirido. Eles não devem fazer votos de abstinência total de bebida forte e alimentos impuros, como eram prescritos no Velho Testamento, ou com o sinal externo de não cortarem o cabelo; mas eles estão compromissados em votos de sobriedade, temperança, castidade, e eles têm uma marca, o sinal mesmo da cruz, que ao carregá-la, doravante, eles testemunham que não terão vergonha de confessar a fé no Cristo crucificado, e de lutar bravamente sob Sua bandeira contra o pecado, o mundo e o diabo, e permanecer como soldados fiéis de Cristo e seus servos até o fim da vida. A mãe de Sansão deveria ser sóbria e disciplinada em sua vida. Os vícios dos pais revivem em seus filhos. Nós não somente herdamos a aparência do nosso pai e mãe, mas seu caráter, suas virtudes ou pecados. Todos os pais devem lembrar que seu filho é dedicado a Deus, e ele deve pedir ao Senhor em oração a respeito dele: "nos ensine o que devemos fazer ao menino.” Falo a vocês, pais e mães, não tentem transferir sua
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responsabilidade para outras pessoas. Muitos de vocês parecem pensar que se enviarem os seus filhos para a escola secular, e talvez para a Escola Dominical, que vocês têm feito tudo o que é exigido de vocês por Deus. Na consagração das crianças na Igreja é lembrado o compromisso dos pais na formação de seus filhos, mormente em lhes ensinar a serem pessoas devotadas a Deus, com vistas a terem uma vida realmente cristã e piedosa. Tudo isto é o dever de casa, e não da escola. A escola faz a sua parte, mas nunca pode tomar o lugar dos pais. Isto deve ser principalmente feito mais com a cabeça, do que com o coração. Vocês, como pais, estão empenhados em criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor, vocês são responsáveis perante Deus por eles, vocês terão que responder por sua negligência deles no Dia do Juízo. Nunca suponha que todos os seus deveres religiosos para com os seus filhos termina com o envio deles para a Escola Dominical. Se eles vierem à Igreja apenas por causa da escola dominical, eles ficam muito susceptíveis a olhar o culto como sendo parte da escola, e quando eles saírem dela eles abandonarão o outro. O dever dos pais é o de virem à Igreja eles próprios, e levarem seus filhos com eles. Queremos mais desta religião da família, esta adoração unida. Há tão pouca religião no mundo, porque há tão pouca religião no lar. Se a próxima geração de homens e mulheres vier a liderar a vida religiosa cristã,
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eles devem ter o exemplo de pais tementes a Deus. Não há orações que sejam mais lembradas, do que aquelas que uma mãe piedosa nos ensinou. Não há partes da Bíblia que nos sejam tão preciosas como aquelas que lemos no joelho de um pai. Meus amigos, não tenham medo de ter religião em sua casa. Devemos ter Jesus em nossa casa, Emanuel, Deus conosco. Os nossos umbrais devem ser aspergidos com o sangue do Cordeiro de Deus. O cordão vermelho, sinal do Precioso Sangue de Cristo, deve estar na nossa janela, para que possamos encontrar a salvação, como fez Raabe, em Jericó. Alguns de vocês, irmãos, parecem ter medo de ter a religião em sua casa. Qual a razão disto? Você imagina que uma casa religiosa significa tristeza, e melancolia, e rostos sombrios e amargurados e conversação triste? Você imagina que isto se parece com uma casa da qual os risos, a felicidades e as músicas foram banidos? Nunca acredite nisto. A casa mais brilhante, mais feliz é aquela onde a religião brilha com o sol de Deus, onde cada membro da família está pronto para fazer o seu dever cotidiano, e sem medo de confiar em Deus para o amanhã, onde o amor fraternal permanece, e onde o pai, a mãe, a irmã e o irmão, oram uns pelos outros, e assim andam de mãos dadas ao longo do caminho estreito para o céu. Em seguida, eu aprendo com essa história de Sansão que todo cristão que tenta manter os votos de seu batismo pode descobrir o segredo
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da força de Sansão. Eu não quero dizer que ele será um gigante de força física, capaz de rasgar um leão, ou ferir os filisteus, ou levar consigo as portas de Gaza. Mas ele será um herói de Deus, um gigante da fé, fortalecido no Senhor e na força do seu poder. Encontramos esses heróis de ambos os sexos em enfermarias de hospitais, ou doentes em suas casas, mártires da cegueira, mártires do reumatismo, mártires de neuralgia, muitas vezes destinados a passarem dias e noites cansados e em solidão e dor, com pouco ou nenhum conforto. Eles são tão fracos que mal podem se virar na cama ou levantar a mão, e ainda assim eles são mais fortes do que Sansão. Eles são poderosos em "amor, alegria, paz, longanimidade, mansidão, bondade, fé, temperança. "E qual é o segredo de sua força? O Senhor é com eles, "Ele dá força ao cansado, e ao que não tem nenhum vigor ele lhe multiplica as forças." Havia alguns nos velhos tempos de Roma, que usavam um anel, com o nome do Imperador Augusto, que lhe haviam prometido nunca entrarem numa casa de má fama ou se misturarem em má companhia. Nós temos um nome mais nobre em nosso coração, um sinal mais santo em nossa testa. Nós, nazireus de Deus, estamos consagrados para lutar contra o pecado, para nos manter imaculados do mundo, para respeitar e reverenciar nossos corpos como o Templo do Espírito Santo. Enquanto nós nos esforçarmos para fazer isso, o mais fraco de nós é feito forte, o Espírito Santo vem sobre nós,
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e nos orienta, e assim podemos todas as coisas em Cristo que nos fortalece. Não diga que você é tão fraco, tão facilmente tentado, e que essa é a desculpa para os seus pecados. A Graça de Deus é suficiente para você, você pode ser forte se assim o desejar, se você pedir em oração, se procurar os meios da graça, onde eles podem ser encontrados. Como Sansão encontrou um leão no caminho, e venceu, por isso temos de encontrar Satanás, que virá sobre nós como um leão que ruge, buscando a quem possa tragar. Nós não podemos sempre escapar dele pela fuga, a nossa própria força não é suficiente para lhe resistir, não somos capazes, por nós mesmos para qualquer coisa, mas o Espírito de Deus, que fez Sansão forte para matar o leão, vai nos fazer fortes para vencer as tentações do maligno. Há um leão mais forte em nós do que contra nós. E mais do que isso, como Sansão depois encontrou mel na carcaça do leão morto, por isso, os heróis de Deus, se vencerem a tentação, se derrubarem o leão do nosso pecado que nos assedia, devem encontrar doçura e paz depois da tentação ou da luta, nós seremos pessoas melhores por nossa luta porque bem-aventurado é o homem que suporta com paciência a tentação. Vamos conseguir tirar mel do leão. Eu olho Sansão matando os filisteus com a queixada de um jumento, e nós aprendemos que os heróis de Deus são feitos fortes para vencer os inimigos de sua alma por armas muito simples. Não foi o maxilar do
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jumento, que deu a vitória, mas o Espírito de Deus que usou a mão que o sustentou. Então, alguns de nós podem não ter a poderosa espada de aprendizagem, sem a lâmina afiada de dois gumes, podemos ser humildes, gente humilde, mas se tivermos a arma de uma fé simples, e a espada de dois gumes da oração fervorosa, isto deve triunfar sobre os filisteus dos pecados que nos atacam. Nós podemos ser criaturas fracas em nós mesmos, mas o Deus Todo-Poderoso está conosco. Mais uma vez, eu aprendo com a história de Sansão que o mais forte pode se tornar fraco e indefeso por ceder à tentação. Sansão, que pôde rasgar um leão, não poderia conquistar as suas próprias concupiscências carnais. Sansão, que poderia matar mil filisteus com o maxilar de um jumento, foi vencido por uma mulher filisteia. Aquele que nunca cedeu à bebida forte, no entanto, se tornou escravo das paixões impuras. Saibam, meus irmãos, que uma virtude não desculpa um vício. Um homem pode ser sóbrio, mas não casto. Ele pode vencer o seu desejo de uma maneira, somente para perder para ele em uma outra forma. Um homem pode se orgulhar de ser um abstêmio total de bebida forte, mas ele pode não ser um abstêmio total de outros pecados das concupiscências carnais que combatem contra a alma. Lembre-se que, como Sansão caiu, como milhares caíram, também podemos cair. Podemos começar a jornada da vida estando fortes no Senhor, fortes em nossas graças, e
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tendo a nossa força pelo Espírito Santo, e se cairmos em má companhia, se buscamos a mulher estranha, e uma vida indolente de entretenimentos, cairemos. Nosso manto branco ficará sujo, a nossa força nos deixará, ficaremos cegos, e escravos indefesos. Qualquer pessoa que se entrega a alguma Dalila, algum pecado querido, vai perder sua força, seu bom nome, seu poder para fazer o bem. O homem que nada faz, que não exercita o dom recebido de Deus, que não valoriza o Espírito de Deus em seu coração, irá perceber um dia que Deus se afastou dele. "Ó Deus, purifique os nossos corações, e não afaste de nós o Teu Espírito Santo."
Tradução e adaptação de um sermão em domínio público de Harry John Wilmot - Buxton
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Força e Coragem Vêm do Senhor
Salmos 29:11 O SENHOR dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz ao seu povo.
Salmos 118:14 O SENHOR é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou.
Isaías 12:2 Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o SENHOR Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação.
Jeremias 16:19 Ó SENHOR, força minha, e fortaleza minha, e refúgio meu no dia da angústia
De onde vinha a força e a coragem de Davi, Isaías e Jeremias para enfrentarem toda a sorte de inimigos que deram contra suas vidas?
Onde acharam paz e ousadia na enfermidade?
Onde acharam ânimo para prosseguirem em sua caminhada com os terrores demoníacos que investiam constantemente sobre suas almas?
Na determinação deles de serem vencedores?
Somente isto lhes teria dado força e bom ânimo na aflição?
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Porventura não foi o próprio Senhor a força e a coragem deles?
Certamente que sim.
De onde procedem a força e o bom ânimo do cristão quando terríveis poderes do inferno investem contra o seu corpo, seu espírito e sua alma?
Por isso vemos o apóstolo Paulo recomendando aos seus cooperadores na obra do evangelho que se fortalecessem no Senhor e na força do Seu poder. Que se fortalecessem na graça de Jesus.
Isto correspondia também a lhes dizer que nunca esquecessem qual era a fonte da alegria, da força e do bom ânimo deles nas tribulações e em todas as lutas que tinham que enfrentar em prol do evangelho.
Sempre é o Senhor a nossa própria força.
Ai de nós se Ele não fortalecer o nosso coração!
Desfalecemos, enfraquecemos, desanimamos.
Basta que por um só instante Ele retire a Sua mão fortalecedora de sobre nós, e logo nos vemos entregues a sentimentos de angústia e de morte.
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Isto porque o diabo não nos poupará, porque sempre anda à espreita esperando o momento em que o Senhor permitirá que caminhemos sem a Sua força, em alguns momentos de nossas vidas, para a prova da nossa fé, e para que saibamos sempre, quando estivermos fortes e alegres, que é Ele próprio a fonte desta alegria e força.
Por isso devemos orar por nós mesmos e uns pelos outros, para que sejamos revestidos do Senhor e da força do Seu poder.
Não será portanto no nosso programa de disciplina quanto aos bons hábitos de vida, ainda que isto seja importante, ou em qualquer outra coisa de proceda de nós mesmos, que encontraremos a alegria e a força de viver.
É preciso praticar o bem, fazer o que é certo, adquirir sabedoria no viver. Tudo isto é importante e necessário para um viver abençoado. Mas nunca será no fruto do nosso próprio trabalho que se achará a força e alegria, porque isto sempre nos virá da parte do Senhor.
Sempre será no Senhor mesmo e no poder da Sua graça que poderemos nos achar com bom ânimo em todas as circunstâncias.
Se Deus permitir que sejamos entregues a nós mesmos, logo nos acharemos deprimidos e
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abatidos. E nenhuma força ou poder deste mundo poderá nos arrancar das mãos de tais sentimentos arrasadores que dominam a nossa mente, o nosso corpo e o nosso espírito.
Palavras consoladoras para nada adiantarão nestas horas.
A própria força da vontade nada poderá fazer, por mais que nos empenhemos em nos levantar de tal abatimento.
É do céu que nos virá o socorro.
Nenhuma esperança genuinamente verdadeira poderá nos chegar de qualquer outra parte.
Não somente seremos livrados do nosso abatimento como de tudo que possa ter dado causa ao mesmo, quando o Senhor começar a agir em nosso favor.
Lembremos que Jesus é poderoso para nos curar de toda e qualquer enfermidade.
Não há nenhum diagnóstico de doença incurável atestado pelos homens, que não possa ser revertido por Ele e pela força do Seu poder.
Não há nenhuma dificuldade, por maior que seja, que não possa ser contornada por Ele, dando-nos a força e a coragem necessárias para enfrentá-la.
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Não fiquemos portanto alegres pelo mero pensamento de que Ele pode nos ajudar em todas as coisas, mas que efetiva e certamente tornará a alegrar e a fortificar todos aqueles que nEle esperam e confiam tão somente nEle para serem fortificados, alegrados e curados.
Não é portanto o nosso esforço para evitar pensamentos de morte, temores, inquietações, ansiedades, que poderá nos livrar efetivamente de tudo isto, mas somente o poderoso braço do Senhor.
Por isso devemos dar toda glória e honra tão somente ao Seu grande nome, e nunca esquecermos, tal como o apóstolo Paulo que é o próprio Senhor a fonte da nossa força e alegria, conforme podemos vê-lo fazendo tal citação em textos como os seguintes:
Em Colossenses 1:11: sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
Em Efésios 1:16-19:
16 não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações,
17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,
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18 iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos
19 e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;
Em Efésios 6:10: Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.
Pastores nunca conseguirão congregações fortes, animadas e alegres espiritualmente, por simplesmente exortarem os cristãos no sentido de que sejam sempre alegres no Senhor e que evitem toda forma de pensamento negativo.
Alegrar-se no Senhor é um mandamento.
Pensar no que é bom e agradável é também outro mandamento.
Todavia, até mesmo os próprios pastores poderão ser entregues por Deus a profundos sentimentos de depressão, enquanto continuam pregando aos cristãos debaixo do seu cuidado, que eles devem estar sempre de bom ânimo e alegres. Que devem estar de bem com a vida, sempre trazendo um grande sorriso em seus lábios.
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Quem prega deste modo olhando somente para a congregação, e sem olhar para o alto esperando que tal força e alegria de viver nos venham diretamente de Deus e do céu, pode estar certo que terá seus esforços frustrados, por maiores e melhores que sejam suas intenções.
Afinal, demônios não são vencidos com argumentos.
As forças do inferno não recuam com o simples exercício de pensamento positivo.
É pela fé no poderoso nome de Jesus que todos os nossos inimigos espirituais batem em retirada, conforme podemos aprender fartamente em tantas passagens da Bíblia.
Em nossos abatimentos, em nossos sofrimentos, olhemos tão somente para o Senhor, na expectativa de que a Seu tempo, conforme o poder da Sua graça, tornará a nos alegrar e a fortificar o nosso coração.
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A Graça de Jesus é a Força do Cristão Paulo exortou Timóteo a fortificar-se na graça de Jesus Cristo para que pudesse continuar cumprindo o seu ministério sem temor, naqueles dias difíceis. Não somente Timóteo, mas todos os ministros do evangelho, diante de perseguições, tribulações, aflições, necessitam estar fortalecidos na graça de Jesus, porque nada mais poderá mantê-los firme em tais circunstâncias. É preciso ter um espírito inabalável e em paz em todo o tempo, e somente a graça de Jesus pode nos conceder esta bênção. Porém, para ser fortalecido pelo Senhor com a Sua graça, Timóteo deveria permanecer fiel na execução de determinados deveres, e se manter constante em certas atitudes que o apóstolo lhe recordou neste capítulo, a saber:  confiar as sãs palavras da verdade que havia aprendido do apóstolo a outros homens fiéis que fossem idôneos para também as ensinarem a outros.  suportar as aflições do evangelho juntamente com Paulo, com a atitude de um bom soldado de Jesus Cristo; lembrando-se que nenhum soldado se envolve com negócios desta vida para poder agradar a quem o alistou para a guerra.
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Timóteo deveria lembrar que o reino de Deus possui leis próprias, e portanto, o ministro do evangelho somente poderá triunfar se lutar o bom combate da fé segundo estas normas espirituais relativas ao reino, assim como um atleta só pode ser considerado vencedor se competir segundo as normas. Um evangelista, como era Timóteo, deve trabalhar pacientemente como um lavrador, e tal como este, deve ter fruto do seu trabalho. Se não houver frutos, dos quais o evangelista deve ser o primeiro a participar, assim como o lavrador em sua lavoura, então algo está errado no trabalho que está sendo efetuado, pois não está recebendo da parte de Deus a bênção da frutificação. Paulo estava encorajando Timóteo a ser constante e perseverante no seu trabalho, não confiando no seu próprio poder e capacidade, mas por estar fortalecido na graça de Jesus. Não é possível trabalhar para Deus se não estivermos fortalecidos pela graça. É preciso força para combater o bom combate da fé, e esta força deve ser do Senhor. A força do homem nada poderá fazer contra principados e potestades e não manterá o espírito firme nas aflições. Este fortalecimento na graça deve aumentar em graus, porque assim como aumentam as nossas
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tentações em número e intensidade, nós temos necessidade de ficarmos cada vez mais fortes em nossas resoluções e em nosso amor a Cristo. Deste modo, aqueles que confiam na sua própria suficiência não poderão fazer grande progresso no reino de Cristo. Há graça suficiente em Cristo para todos os cristãos. Muito mais do que água nos oceanos para os peixes. Paulo estava dizendo a Timóteo naquela hora difícil para a Igreja: Seja forte! Mas lembrou-lhe que não deveria procurar esta força em si mesmo, senão em Cristo. Ele deveria ter forças para continuar treinando outros para levarem adiante o trabalho de pregação do evangelho. Ele deveria ordená-los, tendo o cuidado de observar se eram fiéis e idôneos para serem ordenados para pregarem a Palavra de Deus e cuidar da Sua Igreja. Timóteo deveria estar preparado para suportar dureza tal como um soldado de Jesus Cristo em combate. Jesus é o capitão da nossa salvação, e caso alguém esteja a Seu serviço, deve esperar ter que suportar lutas e tristezas neste mundo
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porque terá que lutar para poder se manter fiel à Sua vontade, e terá que se acostumar a isto se pretender continuar íntegro na realização do trabalho que faz em Seu nome. Assim como um soldado que se encontra em combate numa guerra convencional neste mundo, o cristão engajado no serviço do ministério não pode também se embaraçar com os negócios desta vida. Isto não significa necessariamente que não deve trabalhar secularmente para se sustentar e à sua família, mas que não deve se emaranhar em suas atividades temporais, de maneira que não venha a se desviar do seu dever para com Deus. Todo cristão deve ter a permanente preocupação quanto ao que deve ser e fazer para agradar a Cristo. Deve se inteirar quanto ao que deve ser e fazer na Igreja. Contudo, deve sempre aferir se as suas atitudes estão agradando efetivamente a Cristo e cooperando para o avanço do Seu reino, em cooperação com a obra do Espírito Santo, ou se está agindo apenas para agradar à carne. Por isso todos os cristãos são chamados a juntar tesouros no céu e não na terra, porque onde
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estiver o seu tesouro ali estará também o seu coração. Se o objetivo de vida de um cristão diz respeito apenas às coisas deste mundo, ele não poderá, de modo algum, agradar ao capitão da sua salvação, que o tem alistado para um combate espiritual contra o pecado, Satanás e o mundo. Se quisermos vencer batalhas contra esta trindade maligna, nós temos que lutar, mas sempre com as armas espirituais, como se vê em II Cor 10.3-5. Se pretendermos colher frutos como o lavrador, temos que trabalhar. Se desejamos ser coroados com a coroa da vida, nós temos que correr a carreira espiritual que nos está proposta segundo as normas estabelecidas por Deus. Muitos cristãos estão empenhados numa corrida mas não para almejarem o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Assim o alvo deles não é o que foi proposto por Deus para que tenham mais de Seu Filho e Sua vontade, de maneira que o prêmio máximo é para aquele que ganhar mais do próprio Cristo. Esta corrida é portanto para os que são humildes e mansos de coração.
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É uma corrida, que caso estejamos correndo segundo as normas divinas, nos trará perseguição, privações, lutas e até mesmo em alguns casos, martírio, como ocorria com os cristãos da Igreja Primitiva. Então o conselho de Paulo a Timóteo significava que ele deveria buscar nada além do próprio Cristo, e considerar, como ele, Paulo, todas as demais coisas como estrume para poder ganhar mais de Cristo.
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A Fortaleza
“O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam..” ((Naum 1.7)
Você já leu este capítulo? Ele é muito terrível - é como o barulho de um rio caudaloso, quando está se aproximando de uma cachoeira. Ele fervilha e flui com força esmagadora, carregando tudo diante de si, mas, bem no meio da inundação crescente, destaca-se, como uma ilha verde, este amável texto confortador e deleitável!
Ouça por um minuto as palavras de terror do profeta: "O Senhor é tardio em irar-se, e grande em poder, e não inocentará o culpado: o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos os rios. Basã definha, e o Carmelo, e a flor do Líbano definham. Os montes tremem perante Ele, e os outeiros se derretem, e a terra é devastada diante da Sua Presença, sim, o mundo, e tudo o que nele habita. Quem pode ficar de pé diante da Sua indignação? E quem suportará o ardor da Sua ira? O Seu furor se derramou como um fogo, e as rochas foram por Ele derrubadas."
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Então, assim como há, por vezes, uma pausa e um silêncio prazeroso mesmo no meio de um grande coro de música sacra, assim também, aqui o trovão faz uma pausa, o furacão está parado e nós ouvimos a música doce desta suave voz: "Jeová é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele" - na qual podemos nos reunir já que há sempre um esconderijo para o Seu povo - Seus olhos de amor estão fixados sobre eles, mesmo quando são um pavio fumegante diante dos Seus adversários! Nada lhes fará dano algum, ainda que a terra seja removida e as montanhas sejam lançadas no meio do mar! Eles podem se alegrar na bondade do Senhor, no dia da Sua ardente ira.
I. Analisando o nosso texto, vamos então, primeiro, pensar sobre o próprio Deus - "o Senhor é bom." É bom para nós, sermos capazes de dizer isto quando o dia da angústia está realmente sobre nós. Uma coisa é sentar-se sob sua videira e figueira e cantar: "O Senhor é bom." Mas é outra coisa quando a videira e a figueira foram ambas cortadas e todo o seu conforto se foi, e ainda dizer: "O Senhor é bom." Você não acha que, se não formos capazes de dizê-lo no segundo caso citado, ele vai olhar como se, afinal de contas, fosse a videira e a figueira que eram boas, e não Deus? Ou, pelo menos, que a nossa visão da bondade de Deus era muito derivada do fato de estarmos em tanto conforto? Esta foi uma acusação que Satanás trouxe contra
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Jó, que ele amava a Deus pelo que Ele lhe dera - " Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra?" O diabo é muito apto para acusar o povo de Deus de ter um amor egoísta, mas é bom para nós, refutar a acusação, amando, louvando e adorando a Deus quando os confortos falharem, quando a proteção for removida e quando as coisas que recebemos com gratidão são, por fim, em sabedoria, tiradas. Oh, que grande repulsa teve Satanás quando Jó, em seu monturo raspando suas feridas e com seus filhos mortos e os seus bens perdidos, ainda disse: "O Senhor o deu e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor."
Deus é eterna e imutavelmente bom. Ele não pode ser melhor! Ele não pode ser pior, Ele é absolutamente perfeito. Não pode haver uma melhoria e não pode haver depreciação nEle.
II. Em segundo lugar, Deus é bom para conosco. O que é Ele para nós? "é fortaleza no dia da angústia." É bom saber que Deus está nas circunstâncias especiais. As circunstâncias especiais aqui mencionados são, "no dia da angústia." Lembre-se que é apenas um dia, não é uma semana, nem um mês, e Deus não vai permitir ao diabo que ele adicione uma hora extra àquele dia. É um "dia de angústia." Há um
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fim para todas as nossas aflições. Alguém disse bem:
"Quando Deus designa o número dez, nunca pode ser onze."
E quando Deus dosa o remédio amargo para o Seu povo, não pode ter mais uma gota de fel colocada no cálice.
Mas ele é realmente "o dia da angústia." Veja como a ênfase é colocada - "uma fortaleza no dia da angústia." É o dia mais problemático que um homem tem, naquele dia em que as nuvens retornam depois da chuva, naquele dia em que ele parece ter perdido cada conforto, e tristezas vêm uma após a outra, como os mensageiros de Jó, todos trazendo notícias sombrias - cada uma mais sombria do que as que vieram antes - "no dia da angústia." Não é como um dia que ocorre com as pessoas mais piedosas, mais cedo ou mais tarde, antes de chegarem ao Céu - "no dia da angústia." Isto parece ser o próprio dia do problema. O problema tem o dia reservado só para ele. Desde o início da manhã até a última hora da noite, é problema, problema, problema - "no dia da angústia." O que é Deus, então? Ele é um "refúgio". Esta é uma grande palavra, "uma fortaleza", isto é, um forte, um castelo, uma torre de defesa - "no dia da angústia."
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De modo que, no tempo de angústia, Deus garante a segurança do Seu povo. Eles moram cercados por baluartes inexpugnáveis! "Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre." Problemas são como inimigos que os sitiam, mas Deus é para eles como uma forte torre de defesa na qual estão perfeitamente seguros!
Ademais, eles estão muitas vezes perfeitamente em paz. O inimigo vem e os espia, e prepara suas máquinas de guerra. Mas assim diz o Senhor, como fez com Senaqueribe, "A virgem, a filha de Sião, te tem desprezado e escarnecido e rido de ti. A filha de Jerusalém tem meneado a cabeça contra ti." Muitas vezes, nos momentos de sua maior angústia, o povo de Deus é encontrado tão resignado, tão submisso à vontade do seu Senhor e, consequentemente, tão calmo, tão corajoso, que a paz não é no mínimo grau afetada.
III. Agora, finalmente, falaremos sobre Deus conosco, "Ele conhece os que confiam nele."
Claro que o Senhor sabe tudo, mas há um sentido enfático nesta palavra "conhecer", sempre que ela é aplicada ao povo de Deus. Aqui se refere à Sua íntima familiaridade com eles - suas pessoas, suas condições, suas necessidades, seus sofrimentos, seu passado,
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seu presente, seu futuro. Ele sabe tudo sobre eles. Nós dizemos, às vezes, a uma pessoa que nós não a conhecemos: "Eu não te conheço." Mas nunca dizemos isto à nossa querida filha, ou a um amigo com o qual nos preocupamos. Não, nós tentamos conhecer tudo sobre ele, nós queremos saber, a fim de que possamos aliviar e socorrer. Em um sentido muito maior, a Onisciência concentra toda a sua percepção sobre cada filho de Deus. Seu pai está olhando para você, Amado, com um olhar como se não houvesse mais ninguém no mundo, senão apenas você - sim, e nenhum mundo, qualquer um, mas apenas você. Ele tem prazer em saber tudo sobre você, porque Ele fez você e Ele te fez novo! Você é uma planta da sua lavoura. Ele tem cuidado de você e Ele disse: "Eu vou regá-la a cada momento, para que não sofra qualquer dano, eu vou guardá-la dia e noite." É com o mais íntimo e intenso conhecimento que o Senhor conhece os que confiam nEle.
Se você é um daqueles que nele confiam, é doce para você ser capaz de dizer: "Deus sabe tudo sobre mim e Ele cuida de mim". Note uma palavra no texto: "Ele conhece os que confiam nele", e não aqueles que são perfeitos, e não aqueles que estão fazendo algumas obras, mas: "Ele conhece os que confiam nele."
Aqueles que confiam no Senhor não são apenas objeto de Seu conhecimento e cuidado, eles
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também são objeto de Sua aprovação. Não há nada no mundo que Deus aprove mais do que a fé. Confiar em Deus é a maior de todas as obras." O que vamos fazer", disseram os judeus a nosso Senhor, "para que possamos realizar as obras de Deus?" Jesus respondeu: "Esta é a obra de Deus, que creiais nAquele que Ele enviou." Erguer uma série de asilos, ou construir uma catedral - não é isto um grande trabalho? Não, não comparado com a fé em Jesus Cristo, a quem Deus enviou. Este é o trabalho divino, a maior obra que podemos fazer! Nossa ação não pode agradar a Deus, por mais agradável que possa parecer para nós, mas onde quer que haja fé, Deus está satisfeito. E lembre-se, "sem fé é impossível agradar a Deus." Então, queridos amigos, se vocês quiserem agradar a Deus, confiem nEle, confiem nEle implicitamente! Confie nEle agora com seu pecado, com o seu sofrimento, com tudo! Quanto mais você confiar nEle, mais agradável você será para Deus. Veja que é uma oportunidade que você tem de agradar a Deus em momentos de grande provação e dificuldade. Se uma pessoa tem um fardo para carregar o qual seja capaz de suportar, a autossuficiência terá a sua vez. Mas quando tem uma carga sobre si, que não pode carregar, e ela diz: "Ó Deus, se Você me fortalecer, eu vou levá-lo" - então isto é agradável a Deus! Mais uma vez, queridos amigos, esta palavra, "conhecer", aqui, significa comunhão amorosa. Nós conhecemos um ao
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outro por estar unidos, tendo os mesmos pensamentos e sentimentos de um em relação ao outro. Deus conhece nossas orações e lágrimas, Ele conhece nossos desejos, Ele sabe que não somos o que desejamos ser, mas Ele sabe o que fazemos para ser o que desejamos. Ele conhece nossas aspirações, nossos suspiros, nossos gemidos, nossos aposentos secretos, a nossa própria correção do espírito quando falhamos.
Aqueles que confiam no Senhor terão mais uma coisa. Isto é, Deus irá reconhecê-los como Seus. No último grande dia, Cristo dirá a alguns, "Nunca vos conheci." Aqueles que não confiam em Cristo, Ele não reconhecerá. Naquela hora terrível quando aquilo que eles mais necessitam é de um Salvador, Ele dirá: "Nunca vos conheci." Mas se você confia nEle, Ele conhece você agora e vai reconhecê-lo então naquele dia! Jesus Cristo não pode dizer para mim no último dia "Nunca vos conheci." Ele deve me conhecer, pois Ele sabe como eu tinha me incomodado e me preocupado com Ele! Ele sabe como eu tinha o sangue de Seu coração para lavar meus pecados e as vestes de Sua justiça para me vestir.
Deus te abençoe, por amor de Cristo! Amém.
Tradução, adaptação e redução do sermão de nº 2555 de Charles Haddon Spurgeon, elaboradas pelo Pr Silvio Dutra.
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"Tão-somente sê forte e mui corajoso." (Josué 1.7)
O terno amor de nosso Deus para com os seus servos faz com que fique preocupado com o estado de seus sentimentos interiores. Ele deseja que eles sejam de bom ânimo. Alguns estimam ser uma coisa pequena para um crente estar atormentado por dúvidas e temores, mas Deus não pensa assim. Neste texto vemos que está claro que o nosso Mestre não quer ver-nos envolvidos com temores. Ele quer que estejamos sem cuidados, sem dúvidas, sem covardia. Nosso Mestre não pensa assim tão levemente de nossa incredulidade quanto nós.
Quando estamos desalentados ficamos sujeitos a uma enfermidade grave, com a qual não se deve brincar, mas que deve ser submetida imediatamente ao Médico amado. Nosso Senhor ama não ver o nosso semblante triste. Era uma lei do rei Assuero que ninguém deveria entrar na corte do rei vestido de luto: esta não é a lei do Rei dos reis, porque podemos vir enlutados como estivermos, mas ainda assim ele nos livraria do espírito pesado, e colocaria as vestes de louvor, porque há muito motivo para se alegrar.
O cristão deve ser de um espírito corajoso, a fim de que possa glorificar ao Senhor por suportar
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provações de forma heroica. Se ele for medroso e covarde, ele desonrará seu Deus . Além disso, que mau exemplo é isto . Esta doença da dúvida e do desânimo é uma epidemia que se espalha rapidamente entre o rebanho do Senhor.
Um crente abatido entristece vinte almas. Ademais, a menos que sua coragem seja mantida, Satanás será demais para você. Deixe seu espírito se alegrar em Deus, seu Salvador, a alegria do Senhor será a sua força, e nenhum demônio do inferno avançará contra você, mas a covardia arria a bandeira. Além disso, o trabalho é luz para um homem de espírito alegre. O homem que trabalha, se regozijando em seu Deus, crendo de todo o coração, tem sucesso garantido. Quem semeia na esperança colherá com alegria e, portanto, caro leitor, “Tão somente esforça-te e tenha muito bom ânimo.”
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.
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O Braço Forte
"Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e alta está a tua destra." (Salmo 89.13)
Nós estamos implorando a Deus, humilde e fervorosamente para que venham sobre nós épocas de avivamento. É bom para nós lembrarmos da fonte de onde toda a força procede. Um genuíno avivamento jamais pode surgir a partir da carne. "O que é nascido da carne é carne". A emoção humana no seu maior zelo não pode produzir a verdadeira conversão das almas. Aqui somos ensinados quanto à lição, "não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito." Um verdadeiro avivamento sempre está apoiado na Graça divina e não na emoção humana. "O nosso socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra."
É bom estar constantemente convencido disso. Temos de ter o braço de Deus lançado para o trabalho ou então nada será feito que possa suportar as provas solenes do último grande dia.
Madeira, feno e palha podemos construir sozinhos, mas ouro, prata e pedras preciosas são da tesouraria do Rei. "Sem mim nada podeis fazer", foi a palavra do Salvador a Seus Apóstolos escolhidos! Quanto mais isto se aplica a nós que
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somos "menos do que o mínimo de todos os santos".
Será em vão suas santas assembleias! Em vão os seus desejos sinceros! Em vão seus clamores apaixonados! Em vão seus esforços de mil e uma formas! A menos que o próprio Deus esteja um passo à frente do esconderijo de Seu poder e opere a Sua própria obra gloriosa, nada de bom pode advir de tudo o mais.
"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam."
Tendo lembrado a nós mesmos, queridos amigos, que os nossos grandes feitos repousam na força do Deus de Jacó, é muito reconfortante percebermos quão grande é essa força. Existe apenas um braço para nós para descansarmos, mas é uma abençoada segurança – está escrito: "Tu tens um braço poderoso."
O poder de Deus é como Ele mesmo – autoexistente e autosustentado. O poder na criatura é como a água na cisterna. O poder no Criador é como água na fonte. A criatura é a lua que brilha com luz refletida - o Criador é o Sol, cuja luz é derivada de uma fonte dentro de si mesmo.
Ele próprio é a grande fonte central e originador de todo o poder. Nós devemos vir, então, ao
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escabelo de Seus pés, sentindo que tudo deve vir Dele.
Nada temos que trazer, senão a nossa fraqueza, e o senso de necessidade, e vir a Ele clamando: "Ó Deus, tu és todo-suficiente. Não necessitas de nós, nem podemos contribuir com nada para contigo. Agora deixe Sua capacidade fluir em nós e cinja a cada um de nós, pobres fracos que somos, com Seu poder!"
No próximo lugar, o poder de Deus é abrangente, incluindo todo o poder que reside em todas as criaturas no Universo. "Deus falou uma vez. Duas vezes tenho ouvido isto, que o poder pertence a Deus." Quando as rodas de uma máquina giram há energia em cada roda dentada. Mas todo esse poder estava originalmente no motor. Assim que no Senhor, “vivemos, nos movemos, e existimos."
Seja qual for o poder que possa haver na mais poderosa das criaturas de Deus é ainda inerente ao próprio Deus.
Assim, meus irmãos, o Senhor terá o prazer de ensinar alguns de vocês como orar e outros como exortar.
O poder de Deus, em terceiro lugar, é imutável.
O que quer que Ele tenha feito no passado Ele é capaz de repetir agora. Seu braço nunca
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aumenta em força – senão como poderia ser Todo-Poderoso? Ele nunca diminui – senão como poderíamos concebê-lo como sendo de Deus Todo-Suficiente?
Falamos de mudança das épocas, mas não devemos pensar em um Deus mudando!
Nosso Deus não é o Deus somente do passado, mas do presente.
Deixe isto então encorajar-nos em nossas fervorosas súplicas para que Ele faça para nós as maravilhas que Ele operou para a Igreja Primitiva.
Cabe-nos lembrar, também, que o poder de Deus está na plenitude de ser perfeitamente irresistível. Admitimos que quando Deus coloca para fora, senão um pouco da Sua força, ninguém pode deter a Sua Onipotência.
Corações orgulhosos são humilhados, corações duros são quebrados, o ferro e a rocha são derretidos quando o Senhor está operando.
Deus fará Sua boa vontade e, em resposta às suas orações, ele vai enviar a bênção! Seu poder é irresistível! Lance mão dele e prevaleça.
Este poder, não posso me esquecer de dizer, é infinito. O poder na criatura deve ter um limite porque a criatura em si é finita. Mas o poder no
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Criador não tem nem medida nem limite. Estou certo, amados, que nós tratamos nosso Deus muitas vezes como se Ele fosse como nós mesmos. Sentamo-nos depois de alguma derrota ou decepção, e dizemos que nunca vamos tentar novamente – porque supomos que o trabalho será impossível. Mas há alguma coisa difícil para o Senhor? Por que então limitar o Santo de Israel? Deus não é homem para falhar, nem o filho do homem para que sofra uma derrota.
Cristão, o poder que habita em Jeová pertence a você!
"Ao que crê todas as coisas são possíveis."
Olhe para trás com solene reverência sobre as obras de Deus na derrubada do pecado. Veja toda a terra inundada com inundações destrutivas. "Tu tens um braço poderoso, ó Deus."
Mais uma vez, o poder de Deus é manifesto, queridos amigos, para nossa alegria em obras de sustentação, bem como de criação. O poder de Deus foi visto, tenho certeza, não somente em sustentar o mundo, mas em preservar Sua Igreja no mundo todos estes anos.
O poderoso braço de Deus foi notável em apoiar a Sua Igreja em anos passados; como o Senhor
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tem feito nestes dias presentes. Tenhamos, então, bom ânimo. Por que Deus não deveria abençoar e socorrer Sua amada Igreja agora? Por que Ele não o faria nestes dias um belo palácio para Si mesmo para morar? Porque para a edificação da sua Igreja novos convertidos são necessários.
Mas, amados, a manifestação mais marcante do poder divino é encontrada nas obras de redenção. Típico disto foi a grande obra redentora no Mar Vermelho, e, portanto, a música de Moisés é juntada ao cântico do Cordeiro. Pensem, queridos amigos, do poderoso braço de Deus em trabalhar os meios de nossa salvação. Isso não foi um trabalho fácil que Jesus empreendeu.
Cristo vai limpá-lo. Ele está lhe livrando! Ele vai lhe limpar por meio da Sua morte! Ele tomou as coisas vis e as desprezadas para transformá-las por meio do Seu poder! E então nós dizemos, "tu tens um braço poderoso" para fazer tais maravilhas por coisas insignificantes.
Citações de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.
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O Forte Vencido por Um Mais Forte
"Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem; Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.
Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada.
Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro." (Lucas 11.21-26)
O Senhor Jesus está sempre em antagonismo direto e aberto a Satanás. "Eu porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua descendência" foi mais enfaticamente cumprido. Cristo nunca tolerou qualquer trégua ou negociação com o Maligno e nunca o fará. Sempre que Cristo dá um golpe em Satanás, é um golpe real. Ele nunca usa as armas que são carnais, senão as que são poderosas, para
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demolição de fortalezas. E Ele as usa sempre com essa intenção. "Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo."
Há um implacável, infinito, eterno ódio mortal entre Cristo e o pecado do qual Satanás é o representante. Cristo nunca se desvia de Seu propósito de esmagar a Satanás debaixo dos Seus pés e lançá-lo para dentro do lago de fogo. Portanto nada havia mais difamatório do que a afirmação de certos fariseus no tempo de Cristo, que Ele expulsava demônios por Belzebu, o príncipe dos demônios!
Não, Cristo nunca entra em aliança com Satanás para fazer avançar o reino de Deus. Ele vem de encontro a ele como um homem forte armado, determinado a lutar até que Ele vença com uma vitória decisiva. Devemos observar isso mais claramente quando lemos a passagem agora diante de nós. O nosso texto apresenta-nos uma imagem do homem em seu estado pecaminoso. Em seguida, ele nos dá uma representação do homem por um tempo reformado, mas, eventualmente, submetido às piores formas do mal. E também nos mostra um retrato gráfico do homem, inteiramente conquistado pelo poder do grande Redentor.
"Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem". Observe que, embora o coração do homem estivesse
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destinado a ser o trono de Deus, ele se tornou agora o palácio de Satanás - enquanto Adão era o servo obediente do Altíssimo, seu corpo era um templo para o amor de Deus, mas agora, através da Queda, nós nos tornamos escravos do pecado e nossos corpos tornaram-se as oficinas de Satanás.
"O espírito que agora opera nos filhos da desobediência." Este espírito é chamado de um homem forte e verdadeiramente ele é - quem pode resistir-lhe?
Sansão, que era um poderoso herói, embora pudesse rasgar um leão, não foi páreo para o leão do abismo que o venceu com vergonha e dor. Salomão, o mais sábio dos homens, foi enganado por Satanás.
Ele é forte, não simplesmente como possuindo força, mas no sentido de astúcia. Ele sabe como adaptar suas tentações aos nossos pecados que nos assediam.
Ele é um homem forte com sede de vingança! Oh, cristão ainda bem para você que há um mais forte do que ele - o poder de Satanás iria esmagá-lo para a sua ruína se Cristo que tem todo o poder não viesse para resgatá-lo!
Diz-se deste homem forte, além disso, que ele está armado. Verdadeiramente o príncipe do
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poder do ar nunca está sem armas. Sua principal arma é a mentira. A espada do Espírito de Deus é a Verdade, mas a espada do espírito do mal é a mentira.
Ele alimenta nossas esperanças com sonhos arejados. Ou mata com medo servil. E nos mantém ainda em larga presunção, ou desespero.
Ele tem uma maneira de fazer a pior aparecer a melhor razão. Ele pode colocar o amargo por doce e o doce, por amargo - fazer os homens acreditarem que é para a própria vantagem deles o que está causando sua ruína eterna.
O homem forte está armado com os desejos da carne. Ele dá riquezas para o avarento e a trombeta da fama e toda a fumaça de aplausos para outros.
Observe, também, que este homem forte - além de estar armado e revestido com uma armadura - é muito vigilante. Diz-se que, "ele guarda seu palácio." Ele vigia como os guardas fiéis que incessantemente vigiam sem dormir os muros do castelo. Ele não veste uma armadura para dormir com ela. Você pode encontrar santos dorminhocos, mas nunca demônios dormindo. A incansável atividade de anjos caídos é algo terrível para se contemplar - "eles não
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descansam de dia nem de noite" - mas como vorazes leões vão em busca de suas presas.
Quando Satanás entra no coração de um homem, ele vigia para que ele não tenha a menor chance de recepcionar a Verdade de Deus. Ele monta uma guarda dupla sobre a pessoa quando ela está sob o som da Palavra. Ele vai deixar você ir àqueles lugares onde o ministro nunca mais ataca a consciência e nunca clama em voz alta contra o pecado - pois ele sente que seu reino não é assaltado. Mas onde quer que o verdadeiro Evangelho seja pregado, e com poder divino, exércitos de demônios se reúnem.
Cuidado, ó santos, quando o Senhor, o Espírito Santo, está trabalhando, porque é certo que o inimigo estará duplamente ativo em tais ocasiões! Ele guarda os seus bens. Como eu gostaria de pegá-lo de surpresa, mas este leviatã não pode ser apanhado com um anzol, nem sua mandíbula ser perfurada com um espinho.
Agora vamos notar a reforma parcial descrita no texto:
“Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo
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outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro."
Observe-se, então, que, no caso diante de nós o espírito imundo sai de sua própria vontade - não há conflito – pois a casa continua sendo sua propriedade porque está escrito: "Tornarei para minha casa, de onde sai." Ele se afasta do seu palácio por sua própria vontade, pretendendo retornar posteriormente. Há algumas pessoas que parecem estar convertidas - que pensam que estão de fato, e, portanto, fazem uma profissão e são alegremente recebidas na Igreja cristã, porque no seu exterior a vida lhe dá a evidência de uma grande e notável mudança.
Agora eu poderia imaginar alguns que, para meu grande pesar, que estiveram uma vez conosco, mas que chegaram a um estado no fim que era "pior do que o primeiro." Quando o espírito imundo sai de um homem ele se torna bastante diferente do que ele costumava ser. O espírito imundo tem saído do homem e ele é outro homem - embora não seja uma nova criatura em Cristo Jesus.
Agora, depois de um tempo, o espírito maligno retorna. Não há oposição à sua entrada, a porta não está bloqueada - ou se está ele tem a chave. Ele vem e não há nenhum inquilino, nenhum homem na posse - nenhum outro titular. Ele
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olha em volta e diz: "Aqui está a minha casa. Deixei-a quando eu dei minhas caminhadas no exterior, para cumprir meus propósitos infernais, e eu vim de volta e aqui está pronta para mim." No devido tempo, o diabo volta àquelas pessoas que estão reformadas, mas não renovadas - que estão mudadas, mas que não foram feitas novas criaturas em Cristo Jesus.
Mas o que o diabo vê? Primeiro de tudo ele vê que o lugar está vazio. Se tivesse sido preenchido ele não poderia ter entrado novamente. Se Jesus Cristo estivesse à porta teria havido uma terrível luta por um pouco de tempo, mas ela teria terminaria com Satanás sendo expulso em desgraça.
Dirijo-me agora a descrever um direito muito mais agradável, que é o da verdadeira conversão. "Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.” Agora, observe que aqui está um que é "mais forte do que ele." Este não é o próprio homem, porque o homem não é tão forte como o diabo - quem é este? Este é Jesus Cristo, que vem pelo Seu Espírito no coração do homem! O Espírito de Deus é imensamente superior ao poder satânico, tanto quanto o próprio Criador infinito sempre deve ser superior à criatura finita.
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Ele, que criou Satanás, sabe como subjugá-lo.
Pecador, clame ao mais forte do que você para vir ajudá-lo. Vocês que gemem sob sua escravidão - sejam gratos por isso! Clamem ao Grande Libertador! Ele virá!
Olhe para Jesus - olhe para Jesus e a batalha está ganha!
Venha para o Seu precioso sangue e seja realmente limpo.
Citações de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.
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Fortalecidos com Poder
Há na e pela graça da regeneração e da santificação, um poder que nos capacita a viver para Deus, e realizar todos os deveres de obediência que são requeridos por Ele e a seus mandamentos.
O primeiro ato deste hábito espiritual de santidade, que é decorrente e inseparável dele, é chamado de "força" ou "poder" em Isaías 40.31: “ os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”, isto é, para a obediência ou andar com Deus, sem cansaço; porque a força que eles têm, e na sua caminhada com Deus é renovada ou aumentada. É pela mesma graça que somos “fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,” – Colossenses 1.11, ou “fortalecidos com poder, pelo seu Espírito no homem interior” – Efésios 3.16; e daí ser dito “tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.13).
Na nossa chamada ou conversão a Deus, todas as coisas que dizem respeito à vida e piedade, ou seja à vida de santidade, nos são dadas pelo poder de Deus (I Pe 1.3), ou seja, cada coisa que é necessária para nos habilitar a uma vida santa.
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O hábito e princípio da graça que é forjado nos crentes, dá-lhes um novo poder e força espiritual para todos os deveres de obediência. Era pela falta deste novo princípio de poder de santidade que recebemos na conversão que Paulo afirma que éramos fracos antes de conhecermos a Cristo (Rom 5.6).
Há uma suficiência na graça que Deus concedeu aos crentes, para capacitá-los para a obediência que lhes é exigida. Então Deus disse ao apóstolo Paulo, quando ele estava pronto para desmaiar sob suas tentações, que "a sua graça era suficiente para ele” - 2 Coríntios 12.9. Há assim um poder em todos os que são santificados, que lhes capacita a produzir uma obediência santa e completa a Deus. Eles estão vivos para Deus, vivos para a justiça e santidade. Eles têm um princípio de vida espiritual; e onde há vida, há o poder inerente a ela para atingir o seu fim.
Este poder na mente consiste em uma luz espiritual e capacidade de discernir as coisas espirituais de uma maneira espiritual, das quais os homens no estado da natureza estão totalmente desprovidos - 1 Coríntios 2.13,14.
O Espírito Santo, na primeira comunicação do princípio da vida espiritual e santidade, brilha em nossos corações, para nos dar “o conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” - 2 Coríntios 4.6. Sim, este reforço
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da mente, por uma iluminação salvífica, é o ato mais eminente da nossa santificação. Sem isso há um véu, com medo e escravidão sobre nós, de modo que não podemos ver as coisas espirituais.
Mas onde está o Espírito de Deus, onde ele vem com sua graça santificante, há liberdade; e, assim, todos nós “com o rosto desvendado, contemplamos, como por espelho, a glória do Senhor, sendo transformados na mesma imagem de glória em glória” – 2 Coríntios 3.18. (Veja também Ef. I.17, 18).
Texto extraído do tratado de John Owen, intitulado A Obra Positiva do Espírito na Santificação dos Crentes, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.
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Seja Forte no Senhor
A força do cristão está no Senhor, não nele mesmo.
A força do comandante de um exército terreno está em suas tropas, mas a do cristão, a de todos os exércitos dos santos, está no Senhor Jesus.
As armas do cristão são a Palavra de Deus e a oração numa vida verdadeiramente santa, mas quem deve manejá-las em nós e por nós é o Espírito Santo.
Sem isto nada podemos fazer contra as forças do mal, porque toda a nossa capacidade vem de Deus.
É a graça derramada por Deus que nos põe em ação, fortalecendo-nos para resistir ao diabo e obrigá-lo a fugir de nós.
Quão grande alegria enche o nosso coração ao ver o Inimigo sendo subjugado pelo poder de Deus, e sendo trazidas à plena liberdade e paz as almas que ele mantinha cativas.
Seja pois a nossa oração: “Dá-nos mais graça Senhor!”.
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Pois é somente da Sua graça que necessitamos para vencer as forças do mal.
Somente a graça pode fortalecer o coração abatido e oprimido pelos ataques constantes dos espíritos das trevas – ataques que são enganosos, sutis, disfarçados, como pequenas doses de veneno diárias e imperceptíveis que vão minando as nossas forças paulatinamente e que por fim podem nos matar.
Mas graças a Deus que revela aos Seus filhos, em tempo oportuno, estes ardis do Inimigo, e lhes supre com a força necessária para se livrarem destes laços de morte e angústias do inferno.
A nossa guerra contra as força do mal possui muitas batalhas que cessam somente na nossa partida para a glória celestial.
Importa portanto estarmos vigilantes e revestidos de toda a armadura de Deus em todo o tempo, e não sermos descuidados sequer nos momentos de vitória; quando poderíamos ser vencidos por causa de uma exultação desmedida em nossa comemoração e alegria, que facilmente podem nos levar a ser presunçosos como que houvesse alguma razão para nos gloriarmos em nós mesmos, e não somente no Senhor, a quem de fato pertence todo o mérito da vitória.
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Somos fracos em nossa própria natureza, e lutamos com inimigos muito mais fortes do que nós, que usam de todo expediente sujo e ilícito para nos intimidar e vencer. Dependemos portanto de um poder sobrenatural e celestial que venha em nosso auxílio.
Nossos melhores argumentos e habilidades não são apropriados para vencer as artimanhas de Satanás. Os instrumentos que são usados por ele contra a verdade do testemunho do evangelho que sustentamos não se deixarão persuadir por tais argumentos persuasivos, ainda que sejam verdadeiros e apresentados com espírito de mansidão e amor.
Ai de nós, se Deus não agir suprindo-nos das armais espirituais que são as únicas que podem desfazer com autoridade suprema todos os ardis e armadilhas do Inimigo.
Graças a Deus pelo Seu dom inefável que nos permite caminhar em triunfo enquanto assediados constantemente por todas as formas de investidas de Satanás.
Toda a glória e todo o louvor pertencem ao Senhor Jesus Cristo porque até mesmo a nossa capacidade para vigiar nos vem dEle. De nós mesmos somos insuficientes para qualquer bom propósito espiritual, especialmente no que
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se refere a sairmos vitoriosos neste combate contra Satanás e os seus demônios.
É a graça do Senhor que nos conduz ao arrependimento e a termos um espírito manso e quebrantado.
É a graça que nos faz caminhar humildemente com o nosso Deus.
Conhecimento, sabedoria, domínio próprio e tudo quanto necessitamos para permanecer inabaláveis e em paz, ainda que em meio às aflições, tentações e tribulações que nos sobrevêm em nossa caminhada cristã, também são o fruto da graça de Deus nos nossos corações.
É a alegria do Senhor operando em nossos corações, quando perseveramos num caminhar em fidelidade perante Ele, que é a fonte da nossa força espiritual. Isto não se encontra naturalmente em nós.
Para sermos fortalecidos pelo Senhor, necessitamos então estar permanentemente ligados à fonte da qual esta força procede, a saber, dEle mesmo. E esta constância e permanência em fidelidade deve ser achada em nós em todas e qualquer circunstância.
Este era o segredo da força do apóstolo Paulo na sua fraqueza.
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Podemos ser fortes no Senhor nas horas de aflição ou de alegria, porque a Sua graça nos assiste na hora da tristeza e da fraqueza até que nos seja provido o livramento da tribulação, segundo o tempo determinado pela vontade de Deus.
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O Poder se Aperfeiçoa na Fraqueza
Texto base: 2 Coríntios 12:1-10
No mês passado, estudamos vários salmos que tinham uma coisa em comum: eles traçam o caminho do sofrimento para a glória. E ao longo do caminho eu me deparei muitas vezes citando versos como Romanos 5:3: "a tribulação produz perseverança". 2 Tessalonicenses 1:4-5, onde Paulo diz ser "vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais, sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais sofrendo;" 2 Timóteo 1:8: "participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus,” 2 Timóteo 2:3: "Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus." Capítulo 4, versículo 5: "suporte o sofrimento." E o capítulo 3, versículo 12 diz: "De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." Repare: a maior parte do sofrimento descrito nas passagens envolve sofrimento por causa da justiça do evangelho. O Novo Testamento apresenta a perseguição e oposição mundana como as consequências esperadas de uma vida fiel.
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Se você é um verdadeiro crente, e se é fiel à palavra de Deus, você vai experimentar o sofrimento. E grande parte do sofrimento que você experimentar será na forma de perseguição deliberada nas mãos de pessoas do mundo. Você vai ser chamado a suportar "fraquezas, insultos, sofrimentos, perseguições e calamidades" no seu caminho para a glória. Essa é uma das realidades paradoxais da vida cristã. O sofrimento é um prelúdio para a glória. E de certa forma, é reconfortante saber que o terá. Se você sofre, isso não significa que Deus o lançou de lado ou lhe abandonou no seu sofrimento. Todos nós estamos no mesmo barco.
Pedro escreveu duas epístolas aos santos que haviam sido espalhados desde uma extremidade do império a outra. Roma tinha saqueado Jerusalém, e os judeus e os cristãos tinham sido enviados para o exílio. Muitos tinham sofrido a perda de tudo o que possuíam, pois estavam vivendo em terras estranhas, suas vidas estavam em perigo diariamente, e seu sofrimento era quase indescritível. E perto do fim da primeira epístola, Pedro escreve (1 Pedro 5:8-9): "Sede sóbrios; vigiai. Vosso adversário, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. Mas, ele diz: Resisti-lhe, firmes na fé, [agora leia isto:] sabendo que os mesmos tipos de sofrimento estão sendo experimentados por sua irmandade
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em todo o mundo". Isso é algum tipo de incentivo, hein? E há um sentido em que a miséria ama companhia. É um conforto quando sofremos ao saber que não estamos sofrendo sozinhos. Deus não virou as costas para mim, de alguma forma singular, punitiva como vingança por algum mal secreto do qual eu sou culpado. Todos os cristãos sofrem. Mas o versículo seguinte (1 Pedro 5:10 ) é a chave. Pedro continua a dizer: "Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.”
Você vê o que Pedro está dizendo? Deus tem um plano e um propósito em nosso sofrimento. 2 Coríntios 4:17: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,". É isso que faz a nossa dor suportável. Deus está fazendo algo bom, e gracioso com isto. Mais do que isso, Ele está fazendo algo glorioso. O sofrimento é simplesmente o caminho para a glória. Pedro diz: "o Deus de toda a graça ... vos chamou à sua eterna glória em Cristo." Essa é uma promessa maravilhosa. Deus tem nos "chamado” - e ele está nos trazendo pela graça para a glória. E ao longo do caminho, ele "há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar." Ele fará tudo o que for necessário para mantê-lo e conformá-lo à imagem de Cristo.
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Mas lembrem-se que Cristo sofreu, e "vocês foram chamados [a sofrer], porque também Cristo padeceu por vocês, lhes deixando exemplo, para que possam seguir os seus passos.", 1 Pedro 2:21. (Fixe bem o que está sendo dito pelo apóstolo: Cristo deixou para nós o exemplo da paciência no sofrimento por causa do amor à justiça do evangelho, para que o imitássemos nisto – “seguir os seus passos” no sofrimento – nota do tradutor).
Se vocês estão sendo conformados à imagem de Cristo, então, o instrumento pelo qual Deus irá "aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar" deve envolver sofrimento. Sem compartilhar na "comunhão dos seus sofrimentos, conformando-se com ele na sua morte", Fil 3.10, você não pode ser plenamente conformado à imagem de Cristo.
Em Filipenses 3:9-10 Paulo coloca em tão poucas palavras quanto possível o verdadeiro desejo do coração de cada crente regenerado. É a própria essência da fé ter este desejo: "e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;"
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Agora, eu preciso esclarecer algo sobre isso, porque quando eu digo que o sofrimento é o caminho para a glória, há alguns que vão ouvir isso e pensar: Isso não é tão revolucionário. Muita religiões ensinam isso. O preço do nirvana é a autonegação. O custo da verdadeira felicidade é o estoicismo. A chave que abre o portal para o céu é a aflição ou austeridade, ou ascetismo, ou abstinência de algum tipo.
Como se o seu sofrimento pudesse de alguma forma ganhar um lugar para você na glória. Isso não é o que estamos dizendo afinal. O sofrimento não é meritório. Você não garantirá o seu próprio bem-estar eterno, mesmo em parte, pela sua própria autonegação ou através da imposição de dor. Nossas misérias não são nenhum tipo de expiação pelos nossos pecados.
Esta é a verdade central do evangelho: o sofrimento de Cristo obteve a glória para o Seu povo. Hebreus 2:10: "Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles." O sofrimento de Jesus foi o preço da nossa salvação, pago na íntegra. Sua morte pagou o preço de nossos pecados. Sua justiça é toda a justiça que precisamos para nossa reconciliação com Deus. Isso é o que Paulo estava dizendo no texto que acabamos de citar de Filipenses 3:9 , onde ele afirma que
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desejava ser encontrado em Cristo, e não com justiça própria, mas com a justiça que obtemos pela fé. Ele está falando sobre a justiça de Cristo, imputada na nossa conta. Porque a justiça de Cristo é melhor do que qualquer justiça que poderíamos alcançar em nós mesmos – a dele é perfeita justiça do início ao fim. E nós nunca poderíamos obter tal justiça por conta própria.
Então por que é necessário que soframos no caminho para a glória? No texto estaremos analisando, Paulo responde a essa pergunta em detalhes com um maravilhoso testemunho de sua própria experiência. 2 Coríntios 12 . Nós vamos trabalhar o nosso caminho através dos versos 1-10. Eis o contexto:
Este é o relato do apóstolo Paulo do seu espinho na carne. Não sabemos a natureza desse espinho. Foi uma aflição persistente ou um julgamento prolongado de algum tipo não especificado. Alguns pensam que era um problema particular, e pode muito bem ter sido, porque Paulo refere-se ao espinho no versículo 7 como "um mensageiro de Satanás para me esbofetear" - como se ele estivesse falando de uma pessoa. E, de fato, isso é o que pode ter sido. Havia muitas pessoas como Himeneu e Fileto, os hereges hiperpreteristas originais; Demas, o colega de trabalho mundano, que estava com Paulo por um longo tempo, mas abandonou a fé, quando o custo de seguir a Cristo tornou-se
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muito caro. Talvez as práticas mundanas de Demas ou sua fé indiferente fossem como um espinho na carne de Paulo. Então, novamente, em 2 Timóteo 4:14, Paulo menciona "Alexandre, o latoeiro [do qual, ele diz] me fez um grande mal, o Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras." Então, é claro, havia os judaizantes, que seguiram Paulo em todo o império, semeando o joio de falsa doutrina, onde quer que ele tivesse levado o evangelho aos gentios. Talvez o "espinho" do qual Paulo falou fosse um verdadeiro "mensageiro de Satanás".
Agora deixe-me expandir o contexto para você um pouco: Paulo estava sob ataque em Corinto. Seu caráter e apostolado tinham sido abertamente questionados, e as pessoas em comunhão de Corinto haviam ficado confusas sobre se Paulo era alguém cujo ensinamento e liderança eram confiáveis. E isso foi minando o evangelho em Corinto. A igreja estava flertando com a apostasia. Acima de todos os problemas abordados por Paulo em 1 Coríntios, a igreja já estava à beira de abandonar a verdade por completo.
Agora, tenha em mente que esta igreja, que o próprio Paulo havia fundado, era composta principalmente por pessoas que ele conhecia pessoalmente. O próprio Paulo lhes tinha levado o evangelho e os conduziu a Cristo tirando-os do paganismo que grassava naquela cidade. Ele era
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o seu pai espiritual. Ele também exerceu autoridade apostólica sobre eles. E, no entanto, na sua ausência, os falsos mestres tinham aparecido. Estes eram homens que falsamente arrogavam um nível ainda mais alto de autoridade apostólica para si mesmos. No versículo 11, Paulo se refere a eles como "superapóstolos". Mas Paulo não está falando sobre o mais eminentes dos doze. Ele está fazendo uma referência sarcástica ao que esses falsos mestres afirmavam sobre si mesmos. A palavra grega tem a conotação de alguém que é arrogante, autoimportante, e que despreza aos outros. A expressão "superapóstolos" capta perfeitamente o desdém de Paulo para com estes homens.) Ele usa a mesma expressão em 11:5. Esses falsos mestres tinham se movido na igreja de Corinto, ensinando o erro e minando a confiança da Igreja na liderança de Paulo.
Segunda aos Coríntios é, portanto, dominada pela defesa de Paulo de sua autoridade apostólica, e não por motivos egoístas ou autoengrandecimento, mas porque um ataque contra a sua autoridade abriria a porta para hereges e suas falsas doutrinas, e isso era uma ameaça para a própria vida da igreja em Corinto. Assim, ao longo de 2 Coríntios, Paulo está defendendo suas credenciais apostólicas, e sua autodefesa atinge uma espécie de clímax aqui no capítulo 12.
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Deixe-me ler os primeiros 12 versículos do capítulo. Paulo passou vários capítulos respondendo os ataques contra si mesmo, defendendo seu caráter, lembrando aos coríntios o que eles já conheciam a respeito dele, refutando acusações falsas de seus oponentes, e explicando seus motivos e seu estilo de ministério. Tudo isso é muito estranho para o estilo habitual de Paulo. Ele era um homem humilde. Ele não gostava de falar sobre si mesmo. Mas, a fim de defender o verdadeiro evangelho, ele teve que defender as suas próprias credenciais apostólicas.
Os falsos mestres, evidentemente, se gabavam de grandes obras e revelações impressionantes. O que Deus tinha revelado a eles e que eles tinham que ensinar aos coríntios superaria tudo o que Paulo poderia realizar, foi o que disseram. Paulo teve que responder a esse argumento, também. Assim, ele responde. Vou começar no início do capítulo 12 e leia até o versículo 12. Aqui está a resposta de Paulo às afirmações dos superapóstolos sobre sonhos, visões e revelações privadas:
2Co 12:1 Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor.
2Co 12:2 Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu
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( se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe )
2Co 12:3 e sei que o tal homem ( se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe )
2Co 12:4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.
2Co 12:5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas.
2Co 12:6 Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve.
2Co 12:7 E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.
2Co 12:8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
2Co 12:9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
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2Co 12:10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.
2Co 12:11 Tenho-me tornado insensato; a isto me constrangestes. Eu devia ter sido louvado por vós; porquanto em nada fui inferior a esses tais apóstolos, ainda que nada sou.
2Co 12:12 Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.
Então aqui está o que está acontecendo: Paulo foi forçado a mostrar suas próprias credenciais apostólicas – a se gloriar de suas próprias qualificações espirituais contra seus próprios desejos e contrariamente ao seu estilo normal de ser e escrever. Ele conta para o coríntios um privilégio sagrado maravilhoso que lhe foi dado. Ele foi arrebatado ao céu. É um evento que ele não cita em nenhum outro lugar. Na verdade, ele diz muito pouco sobre isso aqui. Ele rapidamente se desloca para outro assunto, referindo-se à aflição que ele sofreu. E ele usa esse contraste para fazer um ponto significativo sobre a suficiência da graça divina.
De fato, a graça é o tema que permeia o testemunho de Paulo nesta passagem. Assim ele
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se move através desses primeiros dez versos, ele fala sobre três dons significativos que recebeu das mãos da graça de Deus. Três tipos de dons totalmente diferentes, mas unidos como se encontram nos dão uma lição maravilhosa sobre a suficiência da graça de Deus. O dom número um é -
1. Paraíso
Paulo foi transportado para o "terceiro céu". Isso é uma referência ao paraíso, a morada de Deus e a morada "dos espíritos dos justos aperfeiçoados." O primeiro céu é o céu atmosférico, chamado de céu em Gênesis 1:6-8. O segundo céu é o espaço sideral, o reino das estrelas e dos planetas. É chamado de céu em Gênesis 22:17 e numa série de outras passagens que falam de "as estrelas do céu." O terceiro céu é o lugar onde Deus habita.
Em 1 Reis 8:27, Salomão diz: "Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter,". Literalmente, a expressão é "o céu e o céu dos céus não te podem conter". Assim, o terceiro céu é exclusivamente o domínio de Deus - e ainda isto não pode contê-lo.
Paulo foi levado para lá, "arrebatado" ao paraíso, levado para a sala do trono de Deus, onde ele viu e ouviu coisas que não é possível descrever e
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nem mesmo é lícito tentá-lo. Esta foi uma experiência praticamente sem paralelo na história da humanidade, uma honra que, tanto quanto sabemos, foi igualada apenas pela experiência do apóstolo João, que anos depois, na Ilha de Patmos, teve uma visão semelhante. E talvez fosse semelhante à experiência de Isaías, que diz em Isaías 6:1 que "No ano em que morreu o rei Uzias, [ele] viu o Senhor sentado sobre um trono alto e sublime, e as abas de suas vestes enchiam o templo."
A experiência de Paulo era tão vívida e real que ele diz no versículo 2, que ele não poderia dizer se ele estava no corpo ou fora do corpo. Ele poderia ter sido literalmente transportado corporalmente para o céu, ou isso poderia ter sido uma experiência fora do corpo. Mesmo o próprio Paulo não sabia ao certo, mas ele nos diz que a experiência foi intensa e autêntica, não obscura ou um sonho. Foi uma verdadeira e genuína revelação de Cristo em pessoa para o apóstolo Paulo.
Como um jovem cristão eu li isso e não me ocorreu imediatamente que Paulo estava descrevendo sua própria experiência nos versículos 1-5, porque ele descreve a experiência na terceira pessoa. "Conheço um homem em Cristo ... E eu sei que este homem foi arrebatado ... e ouviu coisas ... este homem."
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Terceira pessoa, todo o tempo.
Mas não se enganem; isto foi a própria experiência de Paulo. Ele deixa isso claro, e até mesmo explica porque ele dá o seu próprio testemunho na terceira pessoa. Versículo 5: " De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas." Então, quando ele tem uma história para contar que honra a si mesmo e exalta sua experiência, ele diz isto na terceira pessoa. Quando ele tem algo a dizer sobre a sua fraqueza, ele muda para a primeira pessoa. Versículo 6: " Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve."
Observe o que Paulo diz sobre sua experiência: "Ele ouviu coisas que não podem ser contadas, que o homem não pode pronunciar." E além disso ele não dá nenhum detalhe sobre como o céu era, ou por quanto tempo ele esteve lá, quem ou o que ele viu, ou qualquer um dos outros tipos de detalhes que são tão proeminentes nas declarações que você ouve no circuito televisivo de celebridades cristãs que se gabam de seus feitos.
Na verdade, Paulo não quer falar sobre isso. Ele não quer que os coríntios o reverenciem, porque ele passou por coisas sobrenaturais. Se
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eles o honrassem deveria ser pelo que viam em sua vida e que eles ouviam de seus lábios quando ele ensinava. Sua experiência no paraíso foi uma experiência sagrada, mas intensamente pessoal. A única razão pela qual ele contou a história foi para demonstrar que ele podia facilmente superar a mais alta das reivindicações que aqueles super-apóstolos estavam fazendo.
E do que Paulo acaba, na verdade, se gloriando é sobre um tipo completamente diferente de dom. Dom número um: Paraíso. Aqui está o dom número 2:
2. Dor
O versículo 7: "E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte."
Observe, em primeiro lugar, que a palavra "revelações" no versículo 7 é plural. Isso é um indício sutil, mas sugere que a experiência que Paulo descreveu no versículo 2 não foi um evento único em sua experiência. Ele parece ter tido várias revelações deste mesmo tipo. Mas ele não as contou para nós. Ele terminou falando sobre "visões e revelações".
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E eu não o culpo. Paulo teve uma lembrança perpétua para não se ensoberbecer sobre seus privilégios espirituais. Foi esse "espinho na carne, um mensageiro de Satanás." A palavra traduzida como "espinho" no texto grego é skolops. Significa algo muito pontiagudo, geralmente de madeira. No grego clássico, muitas vezes, significa "estaca", como uma estaca de uma paliçada. O tamanho deste objeto cortante não é quase tão importante quanto a gravidade da dor que inflige. É evidente que ele não está descrevendo uma espécie de tortura fatal, mas uma forte aflição constante, irritante, que parecia um tipo de tortura lenta. Paulo escolhe esta palavra precisamente porque evoca uma noção de dor torturante.
Assim a dor de Paulo foi uma provocação de Satanás, ou foi um dom da graça de Deus?
Qual é a resposta correta para essa pergunta?
Ambos.
Satanás quis fazer disso para o mal, Deus o tornou em bem. E aqui está um pequeno segredo: que é verdade para cada problema vexatório que os poderes das trevas jamais podem causar a você. Tudo o que é feito para o mal, Deus usa para o bem. "Sabemos que Deus faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
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são chamados segundo o seu propósito." Vimos esta mesma verdade em tantos lugares. Foi a lição da vida de José, e o culminar triunfante das provações sofridas de seus próprios irmãos para se livrarem dele para sempre. Depois que subiu para a segunda maior posição de poder no Egito, em Gênesis 45:8, José diz a seus irmãos: "Não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus. Ele me fez um pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa e governador de toda a terra do Egito." Então, ele diz em Gênesis 50:20: "Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem."
No versículo 7 do nosso texto, Paulo escreve: "um espinho me foi dada na carne." Ele usa a voz passiva. Quem o deu a ele? Claramente Satanás os fez - no sentido de que Satanás (ou um mensageiro de Satanás) foi a causa imediata, o agente instrumental que afligiu Paulo.
No entanto, sabemos que Deus era a última Causa. Como podemos ver no caso de Pedro, e no caso de Jó, no Antigo Testamento, Satanás não poderia afligir um santo de Deus, sem permissão expressa de Deus. Satanás teve que pedir para peneirar Pedro como trigo, e ele teve que pedir para afligir a Jó. Ele não poderia ter afligido Paulo com um espinho na carne, se Deus não o permitisse. E Deus nunca teria permitido tal coisa sem um bom motivo, e com isso quero dizer que tinha que ser algo que era
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bom para Paulo, uma expressão da graça e do favor de Deus, envolto na aparência de adversidade.
Além disso, a Escritura ensina expressamente que nossos sofrimentos têm sempre um propósito gracioso. Sempre que sofremos injustamente, devemos ver isso como um dom de Deus. Tiago 1:2: "Meus irmãos, tenham por motivo de toda alegria, passarem por variadas provações." Romanos 5:3: "Nós nos gloriamos nas tribulações." Primeira Pedro 2:19: "porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus."
Mateus 5:10-12: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.". Sofrer por amor de Cristo, ou por amor da justiça é uma grande bênção. Primeira Pedro 4:15-16: "Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome."
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Essa palavra "dado" no versículo 7 significa, creio eu, que o próprio Paulo havia chegado a considerar o espinho na carne como um favor. É a própria palavra que você usaria para descrever um presente dado com a intenção de homenagear alguém.
"Por causa da suprema grandeza das revelações", para que Paulo não se tornasse ensoberbecido - Deus permitiu que Satanás encaixasse algum tipo de lasca espiritual sob a pele do apóstolo, e isto se tornou uma lembrança perpétua da suficiência absoluta da graça de Deus, bem como um motivo para Paulo permanecer humilde.
Agora Paulo diz no versículo 8, "Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim." A palavra traduzida como "pedi" tem no original grego o significado de pedido urgente, importuno, rogo para alívio. É a mesma palavra traduzida como "rogou", em Mateus 8:34: "toda a cidade saiu ao encontro de Jesus e, vendo-o, rogaram-lhe para sair de sua região." Além disso, a mesma palavra é usada para descrever a súplica urgente de Jairo, o chefe da sinagoga, em Marcos 5:23, quando ele caiu aos pés de Jesus "e insistentemente lhe suplicou: “Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá."
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E a tríplice repetição de Paulo sobre a oração também é significativa. De acordo com Mateus 26:44, Jesus repetiu Sua oração no Getsêmani para o cálice passar dele por três vezes. Esta é uma reminiscência disso. E assim como o cálice não passou de Jesus, o espinho na carne não partiu de Paulo. Mas em vez disso, ele recebeu uma resposta muito específica do Senhor.
De qualquer forma, a resposta que Paulo recebeu revela para nós o dom número três. O primeiro dom foi o paraíso. O segundo foi a dor. Agora o terceiro -
3. Poder
Aqui está a prova definitiva de que era a Jesus que Paulo estava orando. Olhe para a resposta no versículo 9: "Mas ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza."
"Meu poder". Que poder?
Paulo imediatamente responde a essa pergunta para nós, quando ele diz: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte." Nós não sabemos como Paulo recebeu a resposta à sua oração. Pode ter sido através de uma voz audível, em um sonho ou
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visão. Não é importante para nós saber como Paulo recebeu a mensagem, ou ele teria nos contado. O que é importante é a mensagem em si.
"Meu poder", Jesus disse, "atinge a perfeição na fraqueza." Uma das coisas mais difíceis do mundo é fazer com que os cristãos abracem e acreditem nesta verdade, mas o que Paulo diz aqui é sempre apresentado como a estratégia divina. Em 1 Coríntios 1:27-29, lemos: "pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;"
Mas a melhor parte é a frase da resposta que Paulo recebeu: "Minha graça é suficiente para você." Agora, uma pessoa imprudente lendo isso pode pensar Cristo ouviu a oração de Paulo e a resposta que ele deu foi um "não". O próprio Paulo não viu dessa forma. E nós precisamos ser sábios em discernir as respostas às nossas orações. "Sim" não é necessariamente a resposta que realmente queremos. E "não" não significa necessariamente que o Senhor recusou nosso pedido.
Lembram como os israelitas oraram por carne, em vez do maná no deserto? Deus lhes disse
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"sim". Então ele enviou codornizes a eles por comida. Salmo 106:14-15: "entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão. Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma." Às vezes, Deus em Sua ira atenderá a um pedido de oração ao pé da letra.
Mas às vezes, Deus em Seu amor diz "não" ao nosso pedido para que Ele possa nos dar algo melhor. Esse é o caso aqui. Você preferiria ter a ausência do espinho ou a abundância da graça divina? E a graça, neste caso, vem na forma de capacitação.
A resposta de Jesus à oração de Paulo é indicada na forma de um quiasmo (ki AS mus), que significa que a forma da segunda frase é um espelho invertido da primeira frase. Este é um dispositivo literário bastante comum nas Escrituras, e que lança alguma luz sobre o significado dessa promessa. A palavra no grego diz assim: "é suficiente para você a minha graça; meu poder é aperfeiçoado na fraqueza.” Assim, a palavra “suficiente” espelha a palavra “perfeita”, a palavra “você” espelha a “fraqueza”; e a palavra “graça” espelha “poder”. E isso significa que a "graça" da qual Jesus está falando aqui é personificada no poder de Cristo, manifestado no ministério de Paulo.
Assim, enquanto Jesus não responde a oração de Paulo precisamente da maneira como Paulo
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pediu, Ele lhe deu algo melhor: a graça suficiente para todas as necessidades.
Assim, a mesma coisa que lhe causou dor tornou-se para Paulo, o lembrete do poder de Cristo manifestado em sua vida - e, portanto, um motivo para se alegrar.
Versículo 10: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte." Essa é uma declaração surpreendente. Nós pensamos de contentamento em termos de ter o que queremos, se nosso desejo é cumprido, e se desfrutamos de todos os confortos e conveniências da vida. Para Paulo, o contentamento significava apenas ter graça suficiente e o poder do Senhor para sustentá-lo. Assim, ele poderia fazer essa afirmação notável: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias." Nada nessa lista jamais seria associado com contentamento, mas Paulo tinha uma visão de mundo verdadeiramente centrada em Cristo.
Na versão King James, o versículo 9 lemos: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas minhas fraquezas." A Bíblia New American Standard é semelhante: "De boa vontade, pois, mais me gabarei nas minhas fraquezas." Essa palavra
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"mais" está no texto grego. “Mais” do que o quê? O que Paulo está dizendo? Parafraseando, isso é o que significa: "Em vez de pedir uma quarta vez para a retirada do espinho, eu vou (com alegria suprema) me gloriar nas minhas fraquezas."
No final desta passagem, Paulo está tão fraco como ele sempre foi. Mas porque agora ele sabe que o poder de Cristo será ampliado através de sua fraqueza, a própria tribulação, que antes parecia tão problemática se tornou sua melhor razão para se gloriar – uma glória que ele mais preferia fazer do que falar sobre suas "visões e revelações" do céu.
Se conhecêssemos a suficiência da graça de Deus e inesgotável energia do poder de Cristo, teríamos uma perspectiva semelhante de nossas próprias provações.
Que Deus nos dê essa sabedoria.
Texto de Phil Johnson, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.
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Como Podemos Ter um Coração Turbado e sem Paz Depois de Ter Obtido uma Vida de Vitória em Cristo?
“1 Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
3 E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”. (João 14.1-3)
“27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
28 Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.
29 Eu vo-lo disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais.” (João 14.27-29).
Irmãos, este texto nos mostra que não devemos ter pensamentos de morte, mas de vida, porque a própria morte física significa vida para o crente.
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Jesus disse que iria para a casa do Pai onde há muitas moradas. O terceiro céu é a casa de Deus, tal como a igreja e o corpo do crente são a casa de Deus neste mundo.
Nada mais neste mundo pode ser chamado de casa de Deus. Mas no terceiro céu tudo é a casa de Deus, assim como o templo de Jerusalém era um tipo desta casa celestial. Nele havia não somente o Santo dos Santos e o Lugar Santo, mas também câmaras para os sacerdotes morarem.
De igual modo, há inumeráveis aposentos na habitação celestial de Deus, tal como havia nos palácios dos reis da antiguidade para os seus príncipes e ministros. Deus preparou estes aposentos para serem habitados, e eles têm sido ocupados por todos os crentes que partem deste mundo para a Sua presença.
Podemos dizer quanto à Igreja Primitiva Arca do Senhor, que Jesus preparou esta casa para nós aqui na terra. Estamos felizes nela porque Ele se encontra aqui.
Ele tem derramado o óleo de alegria do Espírito neste lugar que ele nos preparou.
Muitas têm sido as nossas lutas e aflições mas o Senhor nos tem consolado neste lugar através da nossa comunhão no Espírito.
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Se você é de Jesus, você tem a vida, porque Jesus, que é a vida, jamais te deixará ou desamparará.
O ano de 2006 está terminando mas não estamos preocupados com o futuro.
O crente não vive ansioso pelo dia de amanhã porque tem a fé verdadeira que vence o mundo.
O Senhor prometeu que estaria conosco todos os dias de nossas vidas, e que por isso não deveríamos estar ansiosos quanto ao futuro.
OS APÓSTOLOS FICARAM TRISTES
Jesus proferiu estas palavras do nosso texto aos apóstolos porque eles estavam preocupados com o futuro quando Jesus lhes disse que estava chegando a hora dEle partir deste mundo para o Pai.
Eles pensavam que a ausência de Jesus em corpo presente significaria o fim de tudo para eles.
Jesus percebeu a tristeza deles e lhes disse estas palavras do capítulo 14 de João para reanimá-los.
Sua morte na cruz e partida para o Pai não deveria ser um motivo de tristeza, mas de alegria, porque seria por causa disso que o Espírito Santo seria derramado sobre a Igreja no Pentecostes.
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E não era somente uma vida de poder no Espírito que eles receberiam neste mundo, como também uma herança eterna nos céus, onde há muitas moradas, e Jesus foi preparar uma morada para cada crente que se converte a Ele.
Mas como eles poderiam enxergar uma vida de vitória e mansões no céu debaixo das perseguições e sofrimentos que eles vinham testemunhando na vida do Senhor?
Como se poderia pensar em vitória quando Ele disse que seria entregue nas mãos dos pecadores para ser pisoteado por eles e para ser morto numa cruz?
Como poderiam pensar em vitória tendo Jesus dito a eles que os mesmos sofrimentos acompanhariam a vida dos seus discípulos?
Eles penavam: “Ele nos falou de vida eterna, e agora diz que vai morrer. Então nós tivemos uma falsa esperança ao deixarmos tudo para segui-lO.”.
Só que Jesus morreu e ressuscitou e subiu ao céu. E a nossa união com Ele fará conosco o mesmo. A vida eterna se manifesta então sobre tudo o que é morte. Esta é a vitória da cruz. A morte do eu traz uma maior plenitude de vida da nova criatura.
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Como pode você crente, dizer que vive em vitória se há toda esta luta, toda esta aflição, toda esta perseguição do inferno contra a sua vida?
Mas é exatamente aqui que está a vitória da cruz. Estas lutas, perseguições, aflições lhe ensinaram neste ano de 2006 a ver quão poderoso é o braço do Senhor para livrar e abençoar, e o quanto Ele mudou a sua própria vida, fazendo de você uma pessoa mais ousada, com uma fé muito maior do que a que tinha dantes.
Se dantes pequenas lutas te apavoravam, as lutas fizeram com que você tenha agora a mesma coragem e ousadia que haviam em Davi, de maneira que os Golias que têm se levantado contra o Senhor têm sido derrubados pelo poder do Espírito Santo que opera na sua vida.
Os apóstolos estavam temerosos, mas com que ousadia eles pregaram o evangelho em todas as nações desde que o Espírito Santo os batizou com poder no dia de Pentecostes!
E não tem sido diferente contigo, crente fiel, que tal como eles, não tem se desviado da cruz, mas que a tem carregado com paciência, sabendo que o enfraquecimento do nosso eu traz ao nosso espírito o poder de Deus que vence todas as coisas.
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Faz Forte ao Fraco
Cristo faz com que o fraco fique forte, mas com o cuidado de um pastor terno que apascenta o seu rebanho cuidando dos que são fracos em seus próprios braços, e levando em seu colo os que são novos na fé e que ainda estão sendo alimentados com o leite genuíno que lhes dará crescimento espiritual.
Ele faz isto com paciência e mansidão.
Não podemos nunca esquecer que Deus não é nenhuma criatura, Ele não foi criado por ninguém.
Ele é o único Criador, digno portanto de toda honra, glória, louvor e obediência.
Ele nos fez de tal modo que cresçamos em liberdade perante Ele, pelas escolhas acertadas que fizermos, e pelo nosso crescimento, que é realizado com o Seu permanente auxílio. Pois não nos criou para nos deixar entregues à nossa própria sorte.
Ele é um Pai amoroso e paciente, que nos guiará pelo conhecimento do caminho do amor, da verdade e da justiça, tornando-nos cada vez mais semelhantes a Ele próprio.
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Estes que são assim conduzidos por Ele e que se deixam voluntariamente serem ensinados de boa vontade, são mais valiosos para ele do que todos os reinos do mundo, que são considerados por Ele como um mero pingo de água que cai de um balde, ou seja, no qual não encontra nenhum prazer ou utilidade.
Devemos então ter todo o cuidado de não errarmos quanto ao grande alvo da Sua vontade, porque somos cercados sempre de muitas tentações neste mundo, de nos apegarmos à criatura e não ao Criador.
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Salmo 119.28
“A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra.” (Salmo 119.28)
Um cristão nunca deveria ficar entristecido até o grau de desânimo, nem confiante até o grau de segurança; e assim ele deve ter um olhar duplo, sobre Deus e sobre si mesmo, sobre as suas próprias necessidades e a todo-suficiência de Deus. Você tem ambos representados neste verso 28 (e frequentemente neste salmo), a sua condição e a sua petição.
1. A sua condição está representada em: “a minha alma se consome de tristeza”.
2. A sua petição a Deus: “fortalece-me segundo a tua palavra.”
Vejamos então em primeiro lugar, a sua condição, "a minha alma se consome de tristeza." A citação “se consome” foi traduzida do original hebraico “dalaph” que significa "verter lágrimas”, “chorar”. É a mesma palavra usada em Jó 16.20. Relaciona-se com definhar de tristeza a ponto de sentir o coração derreter.
Doutrina extraída do texto: Os filhos de Deus, frequentemente, se encontram sob a ação de
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uma profunda e esmagadora tristeza que não é experimentada por outros homens.
Davi se expressa aqui como estando numa condição de debilidade que não é comum, "Minha alma goteja ou se derrete de tristeza."
São três as razões disto:
1. Seus fardos são muito grandes.
2. Eles têm uma sensibilidade maior do que outros.
3. Sua ação é maior, porque a sua recompensa e conforto são também grandes.
1. Seus fardos são maiores do que outros - como a tentação, a deserção, o problema do pecado. O bem e o mal da vida espiritual é maior do que o bem e o mal de qualquer outra vida qualquer. Como as suas alegrias são indizíveis e gloriosas, assim seus sofrimentos são, por vezes equivalentes à expressão: "Um espírito abatido quem o pode suportar?" (Pv 18.14).
A coragem natural comum levará um homem a outras aflições, oh! mas quando as flechas do Todo-Poderoso perfuram seu coração, Jó 6.3, isto é um peso insuportável.
O homem, que tem uma vida maior do que os animais, é mais capaz de ter prazeres e tristezas
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do que eles, e assim um cristão que vive a vida da fé está mais capacitado para uma maior carga.
Considere que aqueles que vivem uma vida espiritual lidam imediatamente com o Deus infinito e eterno, e, portanto, quando ele gera alegria no coração, oh, que alegria é isso! E quando Deus estende a sua mão contra eles, quão grande é o seu problema!
O pecado é um fardo mais pesado do que a aflição, e a ira de Deus do que o descontentamento do homem. Males de uma influência eterna são mais do que temporais, portanto, devem ser, necessariamente, maiores e mais pesados.
2. Eles têm uma sensibilidade maior do que os outros - os seus corações estão enternecidos pela fé que professam em Cristo. Ninguém tem um sentimento despertado tão rápido como os filhos de Deus. Por quê? Porque eles têm uma compreensão mais clara, e as afeições mais ternas e sensíveis.
[1] Porque eles têm uma compreensão e visão mais clara sobre a natureza das coisas do que aqueles que estão afogados em prazeres carnais.
Os homens carnais não sabem como valorizar a perda do favor de Deus, mas os santos o preferem mais do que a própria vida: "A graça de
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Deus é melhor do que a vida", Sl 63.3. Portanto, se o Senhor suspende as manifestações habituais da sua graça e favor, quão perturbados ficam os seus corações! “Tu escondeste o teu rosto, e fiquei perturbado,” Sl 30.7.
Um filho de Deus, que vive em Seu favor, não pode suportar Sua falta; e portanto, quando perde o sentido doce de Seu favor e reconciliação com ele, oh, isto é um problema para as suas almas! Outros homens não se dão conta de tudo isto. E assim, por causa do pecado, os espíritos comuns valorizam apenas o dano que possam sofrer em seus interesses mundanos, e quando isso lhes custa caro, eles podem curvar a cerviz: Jer 2.9: “Agora sei quão amarga coisa é abandonar o Senhor." Um homem mundano pode saber algo sobre o mal do pecado nos seus efeitos, mas um filho de Deus vê a natureza dele, eles valorizam isto pelo mal, pela ofensa que se faz a Deus, e por isso ficam mais entristecidos pelo mal no pecado, do que pelo mal que é consequente do pecado. Assim, em razão da ira de Deus, os homens carnais têm pensamentos rudes quanto à mesma, e podem uivar nas suas camas quando as suas coisas agradáveis são tomadas deles, mas os filhos de Deus ficam entristecidos porque seu Pai está irado.
[2] Eles têm afeições delicadas e suaves. A graça, que nos dá um novo coração, também nos dá um
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coração de carne: Ez 36.26: “Vou colocar um coração novo neles.” Que tipo de coração? "Um coração de carne", porque o velho coração que é removido é um coração de pedra. Um novo coração sensível recebe mais rápido a impressão de terror divino do que outros corações. Um selo é mais facilmente deixado sobre a cera, ou uma coisa mole, do que em cima de uma pedra. O ímpio tem mais motivos para ficar incomodado com a ira de Deus do que um homem piedoso, mas ele não é alguém de bom senso, ele tem um coração de pedra, e, portanto, não é tão afetado com as relações de Deus para com ele, ou suas relações com Deus. Veja, como não deve ser considerado apenas o peso dos golpes, mas a delicadeza da constituição, e assim, porque seus corações são de uma constituição mais suave, sendo um coração de carne, e receptivo a uma impressão mais profunda, portanto suas tristezas ultrapassam as tristezas de outros homens.
3. O bem que eles esperam é grandíssimo. Os homens ímpios, nada esperam do mundo por vir, senão que lhes aguardam horrores e dores, e eles agora chafurdam em facilidade e abundância: Lucas 16.25: “Filho, em tua vida tu recebeste os teus bens.” Mas, agora, os homens de bem, esperam por outra felicidade, que deve ser a coisa a ser buscada e exercida, para que possam ser preparados para o gozo dessa felicidade.
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Aplicação 1. Então, os homens carnais não estão aptos a julgar os santos quando eles relatam suas experiências.
Davi era um homem valente, que tinha "um coração como o coração de um filho", 2 Sam 17.10. Ele era um homem alegre, chamado "o mavioso salmista de Israel", 2 Sam 23.1. Ele não era tolo, mas um homem sábio como um anjo de Deus; e ainda assim você vê que sentimento amargo ele tinha de sua condição espiritual. E quando um homem tão forte e valente, tão alegre, tão sábio, queixa-se tão fortemente, você vai achar que este abatimento e melancolia eram uma tolice? Mas, infelizmente um homem que nunca soube qual é o peso do pecado não pode concebê-lo, pois nunca esteve familiarizado com a infinitude de Deus, nem com o poder da Sua ira, e não tem o devido senso de eternidade, e por isso pensa tão baixo sobre estes assuntos da vida espiritual.
Aplicação 2. Não esteja tão seguro de alegrias espirituais. Nós lhes alertamos muitas vezes sobre segurança, ou sobre o cair no adormecimento em confortos temporais, e devemos avisá-lo desse tipo de segurança também no que se refere ao espiritual. Todas as coisas mudam. Você pode encontrar Davi neste salmo numa condição diferente de espírito, algumas vezes se regozijando na palavra de Deus acima de todas as riquezas, e em outras vezes a
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sua alma derrete em lágrimas em razão do muito peso sentido. O próprio povo de Deus está sujeito a grande dificuldade de espírito, portanto, você não deve estar seguro quanto a esses gozos espirituais, que vêm e vão conforme a vontade de Deus. Os homens que constroem muito sobre êxtases espirituais ou sensíveis consolações estão preparando uma armadilha para suas próprias almas, em parte porque estão menos atentos para o presente (como marinheiros que foram ao mar, e quando entram na calmaria, ficam felizes e pensam que nunca mais verão tempestades), e também por causa de sua negligência e descuido em seu conforto espiritual que se foi. E há outro dano - a perda é mais pesada, porque nunca pensaram sobre a possibilidade da mesma. E, portanto, na preparação do coração, devemos estar prontos a perder os nossos confortos interiores, bem como as propriedades e conveniências externas. Somente no céu temos um dia contínuo sem nuvens ou noite, mas aqui sempre haverá mudanças.
Não vamos julgar a nossa condição se for este o nosso caso, ou seja, se devemos estar debaixo de problemas presentes, nem sequer quebrar nossos espíritos. Este foi o caso do Filho de Deus, a sua alma se perturbou, e ele não sabia o que dizer: João 12.27: “A minha alma está perturbada, o que direi eu?” E muitos de seus servos escolhidos foram extremamente
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experimentados nisto. Nosso negócio, nesse caso, não é examinar e julgar, mas confiar. Nem para determinar nossa condição de um lado ou outro, mas ficar com o nosso coração em Deus, e descansar em suas promessas. Devemos confiar o nosso coração à misericórdia de Deus.
Vejamos agora, em segundo lugar, a petição de Davi dirigida a Deus, “fortalece-me segundo a tua palavra.” Onde temos:
1. O próprio pedido.
2. Um argumento para aplicá-lo.
Em primeiro lugar, o pedido em si, "Fortalece-me”, que é o benefício solicitado.
Doutrina 1. Observe que o que ele faz agora é abandonar a visão de um pedido de segurança temporal, mas em todo o tempo o seu principal desejo é por graça e por apoio ao invés de libertação.
Para os filhos de Deus, a principal coisa que o seu coração busca é sustentação e apoio espiritual ao invés de libertação: Sl 138.3, “No dia em que eu clamei, tu me acudiste e alentaste a força de minha alma.” Veja que Davi buscava uma audiência, para ser ouvido em oração; ele não pensava em libertação, e ainda assim ele tinha a experiência de conforto interior, era isso que o sustentava.
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Os filhos de Deus se avaliam pelo homem interior, ao invés do exterior. Davi aqui ora por si mesmo, Paulo ora por outros: Ef 3.16, “para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;”. Sim, eles estão contentes com os decaimentos do homem exterior, a fim de que o homem interior possa aumentar em força: 2 Coríntios 4.16, "Embora o nosso homem exterior se corrompa, contudo o homem interior se renova de dia em dia." O homem exterior na linguagem de Paulo é o corpo, com todas as suas conveniências e propriedades, como saúde, beleza, força, riqueza, tudo isso é o homem exterior. Agora, isso não é o desejo de um cristão, prosperar no mundo, ou fazer um show de boa aparência na carne, não, mas seu coração está voltado para crescer mais forte no espírito, para que a alma, como que adornada com as graças do Espírito Santo, possa prosperar, este é o homem interior.
Insistamos um pouco mais sobre este ponto:
1. É o homem interior, que é estimado por Deus, e, portanto, é dele que os santos, principalmente, cuidam. Deus não olha para os homens de acordo com sua condição externa, pompa e aparências do mundo, mas de acordo com os dons interiores do coração: 1 Sam 16.7, "Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura,
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porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.”. Do homem interior é dito em 1 Pe 3.4, que é “de grande valor diante de Deus”. Deus considera os homens pela alma, quando está fortalecida com graça.
2. O bem-estar eterno de toda pessoa depende do florescimento do homem interior. Quando jogamos fora a vestimenta superior, a pobre alma ficará desamparada, nua e sem porto, se não fizermos qualquer provisão para isto, 2 Coríntios 5.3, e então, o corpo e a alma são desfeitos para sempre.
Para onde irá a alma que é lançada fora, se ela não tiver uma morada eterna no céu para recebê-la?
3. A perda do homem exterior pode ser recompensada e isto é feito pela força da graça que é colocada no homem interior, mas a perda do homem interior não pode ser compensada pelas perfeições do homem exterior. Um homem que sofre em sua condição exterior, pode ser elevado por Deus em graça; se ele é rico na fé, e os filhos de Deus podem achar consolo no fato de o seu homem interior ser fortalecido e renovado dia após dia, 2 Coríntios 4.16, de modo que um homem pode ser feliz apesar das rupturas da paz feitas no seu homem exterior.
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A vida espiritual interior é chamada de a vida de Deus, Ef 4.18. A vida interior é o início de nossa vida no céu. Tanto vivem a vida de Deus, um santo glorificado no céu e um santo militante sobre a Terra; e a vida da graça é o mesmo tipo de vida, mas não em grau; e o que é glorificado e o que se encontra aqui na Terra são diferentes, assim como uma criança difere de um adulto.
Aplicação. O uso disto é verificar o nosso absurdo cuidado carnal para com o homem exterior, em detrimento do interior. Quando não somos tão cuidadosos em provermos a alma com graça, e sermos fortalecidos e renovados pelas influências contínuas de Cristo.
Você pode conhecer a desproporção de seu cuidado para com as coisas exteriores e para o homem interior, por essas razões que apresentamos a seguir:
1. Quanto você preza do dia do Senhor, os meios da graça, as oportunidades de culto, que são para o homem interior? O dia de domingo é um dia de festa para as almas. Agora, quando os homens estão cansados disso, é o dia mais pesado de toda a semana. É um sinal de que são carnais, quando os homens pensam que o domingo consagrado a Deus é um dia perdido para eles, e eles olham para o domingo como uma interrupção melancólica de seus assuntos e negócios.
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2. Que cuidados você tem para com o homem interior, para adornar a alma, para embelezá-la com graça, que é de grande valor para Deus, ou para fortificá-la com graça? Agora, quando toda a nossa força e trabalho são utilizados para não nos conduzir à vida interior, Isaías 55.2, e empregamos todo o nosso dinheiro naquilo que não é pão para o espírito, é um sinal de que somos totalmente carnais.
3. Você tem um refrigério espiritual, mesmo quando as aflições abundam? 2 Coríntios 1.5, “Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.”, então você demonstra ser como os filhos de Deus, cujo coração e cuidado estão focados no homem interior.
Doutrina 2. Em segundo lugar, mais especialmente, observe que Davi recorre a Deus para ser fortalecido. Deixe-me mostrar:
1. O que é essa força espiritual.
2. Como ela é dada.
3. Como Deus está presente na mesma. Davi vai a Deus: “Senhor, fortalece-me.”
Primeiro, então, o que é essa força espiritual. Ela é o aperfeiçoamento de Deus da sua obra. A força pressupõe vida, portanto, em geral, ela é a
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renovada influência de Deus; quando ele tem plantado hábitos de graça, ele vem e fortalece. Em primeiro lugar Deus infunde a graça e depois a confirma. Em primeiro lugar, somos objeto de seu trabalho, em seguida, instrumentos, para mostrar onde reside a força da alma.
1. Os hábitos da graça são plantados na alma. Não são apenas altas operações da graça, mas os hábitos permanentes e fixos, a semente de Deus, que permanece dentro de nós, 1 João 3.9 - isto não é a habitação do Espírito Santo propriamente dita, ou seja, o próprio Espírito Santo com sendo a semente de Deus que permanece em nós, pois esta semente é alguma coisa criada: Sl 51.10, "Cria em mim um coração puro, oh Deus”, e é alguma coisa que cresce: 2 Pedro 3.6, "crescei na graça". E, portanto, é evidente que há hábitos da graça plantados na alma, um bom estoque que temos de Deus em primeiro lugar, chamado de "o bom tesouro do coração", Mateus 12. Estes hábitos da graça são chamados de “armadura de Deus”, “o escudo da fé”, “o capacete da salvação”. Esta é a força da alma.
2. Mas, além disso, há uma continuidade e um aumento dessas graças, quando o Senhor confirma o seu trabalho, e aperfeiçoa o que ele tem começado, Fp 1.16. O apóstolo o define principalmente em 1 Pedro 5.10, "Ora, o Deus de
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toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar, fortificar e fundamentar.” Todas estas palavras dizem respeito ao hábito, ou à semente da graça na alma; e para mostrar a participação de Deus para nossa preservação no estado espiritual, ele se serve destas palavras: “aperfeiçoar”, que significa a adição de graus que ainda estão faltando; "confirmar", que indica a defesa da graça que já está plantada no coração, da tentação e de perigos; "fortificar", isto é, dar-lhe o poder de ação ou capacidade para o trabalho, e "fundamentar”, que é para fazer a raiz crescer e se fixar mais e mais.
3. Há uma participação de Deus no ato. A graça em hábito não é suficiente, mas deve ser aumentada e dirigida. Sobre o ato, há duas coisas: o Espírito Santo opera a graça que é implantada, e a coloca em exercício, por isso, se diz em Fp 2.13: "É Deus que opera em vós tanto o querer como o realizar", ou seja, ele aplica a graça em nosso coração, e a põe em operação, e, então, há um direcionamento ou regulação da alma para a ação: 2 Ts 3.5, “O Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus" etc.
Em segundo lugar, vejamos os usos para os quais nós temos essa força de Deus. Ela serve para três usos - para a ação, para o sofrimento, e para superação de conflitos; porque assim como
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as nossas necessidades são muitas, assim também deve ser a nossa força.
1. Força para desempenhar deveres. O cansaço e o desconforto logo cairão em nossos corações, e vamos nos afastar de Deus, se o Senhor não colocar uma nova força e uma nova vivificação em nossos corações.
Se quisermos ser operosos com fervor e em qualquer movimento em direção a Deus, devemos ir adiante na força de Deus. A alma é uma coisa tenra, e logo se desconcerta. Portanto, a obra de Deus deve sempre ser feita na força de Deus.
2. Força para suportar os fardos com paciência, para que não desmaiemos sob eles: Col 1.11, "fortalecidos com todo o poder, segundo a sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo." Para que não desmaiemos em nossa aflição: Prov 24.10: "Se te mostrares fraco no dia da angústia, a tua força é pequena." Filhos de Deus, antes de irem para o céu, terão suas provas, eles terão muitos fardos sobre eles: Heb 6.12, "Sede imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas." É preciso não somente a fé, mas paciência. Agora, um fardo pesado precisa ter bons ombros. Oramos para ter força, para que possamos romper as dificuldades e aflições que encontraremos em nossa jornada para o céu.
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3. Força para os conflitos, para que possamos enfrentar as tentações. Um cristão não deve apenas usar a colher de pedreiro, mas a espada. Não podemos pensar em cumprir deveres ou suportar aflições sem uma batalha e conflito; por isso precisamos da força da graça do Senhor para nos sustentar. Satanás é o grande inimigo com o qual lutamos, ele é o gerente da tentação. Este é o curso disto; o mundo é a isca; a carne é o traidor que funciona dentro dos homens, o qual dá vantagem a Satanás; o mal jaz escondido, e procura por coisas mundanas para afastar o nosso coração de Deus. Agora, somos assaltados por todos os lados, às vezes, pelos prazeres do mundo, às vezes pelas cruzes do mesmo, de modo que um cristão precisa estar apto para todas as condições: Fp 4.13, “Tudo posso em Cristo que me fortalece”, porque por todos os meios o diabo tentará nos levar a pecar.
Agora, esses conflitos são, em qualquer caso, ou solicitações para o pecado, ou eles tendem a enfraquecer o nosso consolo; e em ambos os casos é preciso ter força de Deus.
Vejamos agora, em terceiro lugar, como Deus está interessado nisto. Davi vai a Deus para receber este benefício: "Senhor, dá-me força." Do primeiro ao último é ele que faz tudo. Não ficamos de pé pela estabilidade de nossas próprias resoluções, nem pela estabilidade dos
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hábitos da graça plantados em nós mesmos, a menos que o Senhor nos dê nova força.
Nossas próprias resoluções estão prestes a falhar, porque Davi estava resolvido em se manter perto de Deus, mas ele diz: "Meus pés tinham quase escorregado.” O que o manteve? "A tua destra me sustentou.”
Nem é a estabilidade dos hábitos da graça em si, por si só, porque são coisas que se desvanecem; a fé, o amor e o temor de Deus de si mesmos logo desaparecem: Apocalipse 3.2, “Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer.” Estes que estão prontos para morrer, portanto, só são mantidos por uma força renovada de Deus. É o poder de Deus, que está envolvido em nossa preservação. Eu poderia mostrar em que ordem, temos isto da parte de Deus; não somos somente guardados, em geral, "pelo poder de Deus mediante a fé para a salvação", 1 Pedro 1.5, mas todas as pessoas da Trindade trabalham nisto. O Pai, o seu ato é judicial: Ef 3.14-16, “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;”. Ele decreta a concessão, que as almas que vêm em nome de Cristo, e pedindo salvação, deverão obtê-la. E Deus Filho tem comprado essa força para nós, e ele
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intercede por fornecimento constante e, por isso se diz em Fp 4.13, “Poso todas as coisas por meio de Cristo”. E o Espírito Santo aplica a força que necessitamos ao nosso coração, porque assim é dito, Ef 3.16, “Para que sejais fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior."
Aplicação. Para nos incentivarmos a buscar em Deus por esta força. O que devemos fazer?
1. Seja fraco em seu próprio senso e sentimento. A maneira de ser forte é ser fraco: 2 Coríntios 12.10: "Quando sou fraco, então é que sou forte." O balde, se quisermos enchê-lo com água, deve primeiro ser esvaziado.
Deus fortalece os que são fracos em seu próprio senso quanto à sua insignificância: Heb 11.34, “da fraqueza tiraram força”, da fraqueza sentida e apreendida.
2. Deve haver uma plena confiança somente na força de Deus: Sl 71.16: “Sinto-me na força do Senhor Deus”; Ef 6.10, “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”, e 2 Tim 2.1, “Fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus."
3. Use o poder que você tem, e então ele será aumentado. "Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância;", Mat 13.12. Quanto mais exercitamos a graça mais teremos dela.
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4. Utilize os meios, pelos quais "os que esperam no Senhor renovam as suas forças”, Isa 40.31.
5. Evite o pecado; que drena a sua força, assim como o sangramento solta o espírito do corpo. Quando você entristece o Espírito de Cristo, que lhe é dado para lhe fortalecer, você joga fora a sua força. Vamos, então, esperar em Deus por ajuda, pois quando todas as coisas falham, Deus não falha.
Vejamos agora a segunda parte do texto: "fortalece-me segundo a tua palavra." Pela sua palavra Deus se compromete em aliviar o seu povo em perigo. Há duas promessas: 1 Coríntios 10.13: "Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças”. Um bom homem não sobrecarregará seu animal, certamente o Deus gracioso não vai permitir que a tentação venha sobre nós acima da medida. Outra promessa é a de Is 57.15-17, “para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos." Ele tem prometido consolo e alívio para os pobres pecadores com o coração partido; você é chamado por nome na promessa, isto é dito a pessoas no seu caso.
Mais uma vez, Davi orou baseado numa palavra e promessa de Deus. A oração fundamentada sobre a promessa é a maneira de prevalecer; você pode fazer um desafio humilde a Deus, invocando a Sua Palavra para ele. Isto é fogo
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estranho somente quando você coloca no incensário, um pedido a Deus em relação ao qual ele nunca se comprometeu a conceder. Davi, muitas vezes diz: "segundo a tua palavra." Mais uma vez, a palavra de Deus é a única cura e alívio para a alma desfalecida. Quando Davi estava debilitado sob profunda tristeza, então, o Senhor, lhe trouxe força segundo a Sua Palavra.
(1) Isto é a cura apropriada. Meios naturais não podem ser um remédio para a enfermidade espiritual, não mais do que um belo terno de vestuário para um homem doente, ou um ramalhete de flores para um homem condenado. Confortos naturais não têm qualquer relação com uma doença espiritual; nada além da graça, perdão, força e aceitação de Deus pode removê-la.
Os que buscam saciar suas tristezas em excessos e com alegre companhia tomam um remédio brutal para doenças da alma.
(2) Isto é uma cura universal; temos a partir da palavra viva, consolo e força. É a palavra que deve nos guiar e nos guardar de desmaios de alma, ela nos vivifica e nos guarda da morte. A palavra é um remédio completo em conjunção com o poder de Deus, e torna a dor em alegria no meio de problemas externos: Sl 56.10, “Em Deus, cuja palavra eu louvo".
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Por último, esta palavra deve ser aplicada à consciência pelo próprio Deus, “fortalece-me segundo a tua palavra." Davi se dirigiu a Deus para que ele pudesse aplicar sua palavra, que poderia ser a sua força; pois não podemos nem apreender nem aplicá-la mais do que recebemos a graça de Deus. A palavra é o instrumento de Deus, e não opera sem o Seu principal Agente.
Tradução e adaptação elaboradas pelo Pr Silvio Dutra, de citações extraídas do comentário de autoria de Thomas Manton, sobre o Salmo 119.28.
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Posso todas as coisas naquele que me fortalece Esta não é apenas a experiência pessoal de Paulo, mas de todos os que são participantes da "fé igualmente preciosa". Todos nós precisamos de força; todos nós precisamos de alguém para nos fortalecer. Conscientes ou inconscientes da nossa fraqueza, somos fracos. A nossa própria força é fraqueza. Nós não temos a força suficiente para sermos fortes. O esforço de fraqueza não pode produzir força. A impotência, em assuntos espirituais, é uma parte da nossa maldição hereditária. Temos de olhar para fora de nós mesmos para a sua remoção. E para nos salvar de uma busca vã, a palavra de Deus define Cristo de uma só vez diante de nós como nossa força, nosso fortalecedor. Todo verdadeiro crente, em sua medida, tem o direito de dizer: Eu posso fazer todas as coisas através de Cristo que me fortalece. De mim mesmo nada posso fazer; mas através de Cristo eu posso fazer todas as coisas, tudo o que é obrigação, tudo o que é necessário, tanto para minha própria segurança, quanto para o bem dos outros, ou para a honra do próprio Cristo.
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Pode ser propício para a clareza de nossos pontos de vista, se perguntar (1) como ele nos fortalece, e (2) para que ele nos fortalece? Primeiro, então, de que forma e com que meios, Cristo nos fortalece? Eu respondo, negativamente, não por milagre ou mágica, não agindo em nós sem o nosso conhecimento ou contra a nossa vontade, mas através de nossos próprios poderes inteligentes e ativos. Eu exponho positivamente, em primeiro lugar, que ele nos fortalece nos instruindo, iluminando nossas mentes no conhecimento de si mesmo e de nós próprios e, especialmente, fazendo-nos sentir nossa fraqueza e compreender seus poderes. Ele nos mostra o que é uma fraqueza moral, conectada com uma depravação moral universal, envolvendo todos os nossos poderes e afetos. Ele nos mostra nossa dependência da misericórdia de Deus para o alívio e livramento deste estado debilitado indefeso, e nos ensina a procurá-lo – ao Senhor Jesus Cristo, como o nosso profeta, instrutor infalível, e nosso fortalecedor. Ainda, ele nos fortalece por seu exemplo. Isto não é feito por preceito ou por doutrina simplesmente, que ele trabalha esta mudança necessária em nós. Ele não tem apenas dito o que é certo. Ele nos mostra como fazê-lo.
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Mas preceito e exemplo não é tudo. Podemos ouvir os preceitos de Cristo, e ainda não obedecê-los. Podemos ver seu exemplo, e ainda não segui-lo. Com tanto à vista, ainda podemos ser impotentes para o bem espiritual, a menos que alguma nova energia trabalhe dentro de nós, assim como uma máquina está completa e bem ajustada, mas sem efeito ou uso até que a energia em movimento é aplicada. Mas quando ela é aplicada, quando tudo é posto em movimento, quão distintamente as peças realizam seu trabalho e harmoniosamente contribuem para o resultado final! Mas nós não somos máquinas, movidos por uma força externa, sem uma cooperação consciente de nossa parte. Estamos ativa e espontaneamente em nossos exercícios espirituais. "O amor de Cristo nos constrange." Se o amor faltar, tudo está perdido; não podemos fazer nada; ficamos tão fracos como sempre. Mas deixe o amor de Deus operar em nossos corações, e todo o conhecimento e os motivos que tinham permanecido muito tempo inertes, começam a se mover, e na direção certa. Todos os poderes e afetos são despertados, e o que parecia impossível, agora é sentido como sendo fácil. Aquele que uma vez não podia fazer nada, agora é capaz de "fazer todas as coisas."
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Irmãos, o poder de Cristo nos fortalece, quando o amor de Cristo nos constrange. Novamente: Cristo nos fortalece por operar a fé em nós, e fazendo-se conhecido a nós, como o objeto dessa fé. Nesta vida o mais favorecido deve andar pela fé e não pela vista. Cristo é para todos nós um Salvador invisível. Sua palavra e seu exemplo estão de fato diante de nós. Mas a razão e o propósito de seu relacionamento conosco podem ser totalmente inexplicáveis. Portanto, a fé fortalece. Para ser forte, devemos acreditar e confiar. A razão deste fato é óbvia. Se esperarmos até que vejamos e compreendamos a solução de todas as dificuldades, nunca começaremos a agir, e tal inação é, claro, é um estado de debilidade. Se nos recusamos a tomar qualquer coisa como concedida, ou receber qualquer coisa com confiança, uma ação rápida e energética é impossível. As situações de emergência que a exijam passarão antes que tenhamos nos colocado em movimento. A correção desta fraqueza é um bem colocado para confiar em alguma coisa fora de nós mesmos. A confiança cega é pior do que a fraqueza; mas uma confiança em algo ou alguma pessoa que seja digna, é uma fonte, uma fonte inesgotável de força.
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Cristo nos permite, e nos convida, a confiar nele. E qual é o alicerce mais seguro sobre o qual podemos construir? Seu poder onipotente, sua onisciência, a perfeição de sua sabedoria, a verdade, e bondade, e o mérito infinito de sua obra de salvação, tudo garante uma confiança implícita e inabalável. E lançando-nos sobre ele, podemos descartar nossas dúvidas e medos, extinguir nossos erros e pensamentos vagos, concentrar todas as nossas energias nos deveres presentes, e fazer maravilhas da obediência, encorajados pelo testemunho e exemplo de '' uma nuvem tão grande de testemunhas", que por meio da fé venceram reinos, praticaram a retidão, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a violência do fogo, escaparam do fio da espada, retiraram força da fraqueza, e puseram em fuga os exércitos do inimigo.” Este é o ofício e efeito da fé. Não temos um salvador ausente. Ele não está longe, pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos. Também não estamos apenas perto dele. Estamos unidos com ele. Estamos enxertados nele, estamos inseridos nele. A vida que agora vivemos não é mais nossa, mas de Cristo, e a força espiritual que agora exercermos é no mesmo sentido dele, o poder que se aperfeiçoa na fraqueza; de modo que quando estamos fracos então somos fortes;
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e em vez de desesperar, podemos nos gloriar nas fraquezas. Esta nova, transcendente, real, embora seja uma força misteriosa, é o fruto da união com o Salvador; e a união que gera essa força é produzida pela fé. Assim, nos sentimos fortes à medida que crescemos conscientes de nossa união e identidade com Cristo. Nele podemos todas as coisas. Este é o verdadeiro sentido da linguagem de Paulo. Partes de um sermão de Joseph A. Alexander, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.
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Usando as Armas de Deus – Efésios 6.10-13
“10 Finalmente, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo.
12 Porque não temos que lutar contra a carne eo sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nas regiões celestes
13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” (Efésios 6.10-13)
v. 10 – “Finalmente”. Retomando suas exortações gerais, novamente ele ordena que eles sejam fortes, - para reunir coragem e vigor; pois há sempre muito a nos enfraquecer, e somos mal equipados para resistir. Mas quando a nossa fraqueza é considerada, uma exortação como esta não teria nenhum efeito, a não ser que o Senhor estivesse presente, e estendido a mão para prestar assistência, ou melhor, a menos que ele nos proveja todo o poder. Paulo, portanto, acrescenta, “no Senhor”. Como se ele tivesse dito: "'Você não tem o direito de replicar, que não têm capacidade; porque tudo o que eu
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preciso de você é, que seja forte no Senhor." Para explicar o seu significado mais plenamente, acrescenta, “na força do seu poder”, que tende muito a aumentar a nossa confiança, especialmente no que se revela uma assistência marcante pela qual Deus usualmente supre os crentes. Se o Senhor nos ajuda pela força do seu poder, não temos nenhuma razão para fugir ao combate. Mas isto será perguntado: Para qual propósito serviria ordenar aos efésios a serem fortes no grande poder do Senhor, para aquilo que eles não poderiam realizar por si mesmos? Eu respondo, há duas cláusulas aqui que devem ser consideradas. Ele os exorta a serem corajosos, mas ao mesmo tempo lhes lembra a pedirem a Deus um suprimento de suas próprias deficiências, e promessas que, em resposta às suas orações, o poder de Deus será exibido.
v. 11 – “Revesti-vos de toda a armadura”. Deus nos tem fornecido várias armas de defesa, desde que não recusemos indolentemente o que é oferecido. Mas estamos quase todos carregados com descuido e hesitação em usar a graça oferecida; como se um soldado, prestes a enfrentar o inimigo, devesse esquecer o seu capacete, e negligenciar o seu escudo. Para corrigir essa segurança, ou, pelo contrário, devemos dizer esta indolência, Paulo apresenta uma comparação da arte militar, e nos convida a colocar toda a armadura de Deus. Devemos
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estar preparados em todos os lados, de modo a não faltar nada. O Senhor nos oferece armas para repelir qualquer tipo de ataque. Resta a nós aplicar-nos ao seu uso, e não deixá-las penduradas na parede. Para acelerar a nossa vigilância, ele nos lembra que não devemos apenas entrar numa guerra aberta, mas que temos um inimigo astuto e insidioso para enfrentar, e daí a frase usada pelo apóstolo, “as artimanhas do diabo”.
v. 12 – “Porque não temos que lutar”. Para impressioná-los ainda mais profundamente com o seu perigo, ele aponta a natureza do Inimigo, que ele ilustra numa demonstração comparativa, “não contra a carne e o sangue”. O significado é que as nossas dificuldades são muito maiores do que se nós tivéssemos que lutar com os homens. Aqui, resistimos com a força humana, a espada se opõe à espada, o homem contende com o homem, a força se encontra com a força, e a habilidade com a habilidade; mas aqui o caso é amplamente diferente. Tudo equivale a isso, que nossos inimigos são tais que nenhum poder humano pode suportar. Por carne e sangue, o apóstolo denota homens, que são assim denominados, a fim de contrastá-los com assaltantes espirituais. Esta não é uma luta corporal.
Lembremo-nos disto quando o tratamento injurioso de outros nos provocar à vingança.
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Nossa disposição natural nos levaria a dirigir todos os nossos esforços contra os próprios homens; mas esse desejo tolo será impedido pela consideração de que os homens que nos incomodam não são nada mais do que dardos lançados pela mão de Satanás. Enquanto estamos empenhados em destruir esses dardos, colocamos a nós mesmos abertos para sermos feridos por todos os lados. Porque lutar contra a carne e o sangue não somente será inútil, mas altamente pernicioso. Devemos ir direto para o Inimigo, que nos ataca e fere na sua ocultação, - que mata antes que ele apareça.
Mas voltemos a Paulo. Ele descreve nosso inimigo de modo tão formidável, não para nos oprimir com medo, mas para acelerar nossa diligência e zelo; pois não há um meio termo para ser observado. Quando o inimigo é negligenciado, ele faz o seu melhor para nos oprimir com preguiça, e depois nos desarmar pelo terror; de modo que, antes que a batalha comece, estejamos vencidos. Ao falar do poder do Inimigo, Paulo se empenha para nos manter mais alertas. Ele já tinha lhe chamado de diabo, mas agora emprega uma variedade de epítetos, para fazer o leitor entender que este não é um inimigo que pode ser desprezado de forma segura.
“Contra os principados, contra as potestades”. Ainda, seu objetivo em produzir alarme não é
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para nos encher de espanto, mas para nos estimular à cautela. Ele os chama κοσμοκράτορας, isto é, os príncipes do mundo; mas ele se explica mais plenamente, acrescentando – do mundo de trevas. O diabo reina no mundo, porque o mundo não é nada mais do que trevas. Daí segue-se que a corrupção do mundo dá lugar ao reino do diabo; porque ele não poderia residir em uma criatura pura e reta de Deus, senão em tudo que surge do pecado dos homens. Porque a escuridão, é quase desnecessário dizer, está destinada à incredulidade e à ignorância de Deus, com as consequências que elas carregam. Assim, por estar o mundo inteiro coberto com as trevas, o diabo é chamado de "o príncipe deste mundo." (João 14.30).
Por chamar isto a maldade, ele denota a malignidade e a crueldade do diabo, e, ao mesmo tempo, lembra-nos que o maior cuidado é necessário para impedi-lo de ganhar uma vantagem. Pela mesma razão, o epíteto “espirituais” é aplicado; porque, quando o inimigo está invisível, o nosso risco é maior. Há ênfase, também, na frase, nos lugares celestiais; porque a esfera elevada em que o ataque é feito nos dá maior problema e dificuldade.
Um argumento retirado desta passagem pelos maniqueístas, para apoiar a sua noção selvagem de dois princípios, é facilmente refutada. Eles
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supõem que o diabo é (ἀντίθεον), uma divindade antagonista, a quem o Deus justo não poderia subjugar sem grande esforço. Porque Paulo não atribui aos demônios um principado, do qual eles se apoderam, sem o consentimento, e que mantêm, apesar da oposição do Ser Divino, - senão um principado que, como a Escritura afirma em toda parte, Deus, em justo juízo, os colocou sobre os ímpios. A indagação não é o poder que eles têm em oposição a Deus, mas até onde eles deveriam excitar nossa vigilância, e nos manter em guarda. Também não é dado qualquer espaço aqui à crença, que o diabo tem formado e mantido para si mesmo, a região média do ar. Paulo não lhes atribui um território fixo, que eles podem chamar de seu, mas apenas dá a entender que eles estão envolvidos em hostilidades, e ocupam um posto elevado.
v. 13 – “Portanto, tomai”. Embora o nosso inimigo seja assim tão poderoso, Paulo não infere que devemos jogar fora nossas lanças, mas que devemos preparar as nossas mentes para a batalha. A promessa de vitória está, de fato, envolvida na exortação, “para que sejais capazes”. Se nós somente colocarmos toda a armadura de Deus e lutarmos bravamente até o fim, vamos certamente prevalecer. Em qualquer outra hipótese, seríamos desencorajados pelo número e variedade dos conflitos; e, portanto, ele acrescenta, “no dia mau”. Por esta expressão ele os desperta para a segurança, os convida a se
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prepararem para os conflitos difíceis, dolorosos e perigosos, e, ao mesmo tempo, os anima com a esperança de vitória; porque no meio dos maiores perigos eles estarão seguros. “E, havendo feito tudo”. Eles são, portanto, dirigidos a acalentar confiança através de todo o curso da vida. Não haverá perigo que não possa ser enfrentado com sucesso pelo poder de Deus; nem haverá qualquer pessoa que, com esta ajuda, lute contra Satanás, e falhe no dia da batalha.
Por João Calvino - traduzido pelo Pr Silvio Dutra.
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Cura de Deus para a Fraqueza do Homem
(Nota do tradutor: Ainda não li e traduzi o sermão, enquanto escrevo esta nota, porque procurei um título, que se adequasse ao meu intento de discorrer sobre o poder e a força da graça de Jesus para vencer toda sorte de tentação para o pecado, e para suplantar qualquer tipo de fraqueza latente de nossa natureza terrena. O ponto que pretendo enfocar é o de que somente por um andar no Espírito, que conduz, pela graça, nossa alma ao bom almejado estado de santificação, que podemos viver em paz com nossas consciências e livrados dos terrores produzidos pelo viver segundo a carne e não segundo o Espírito. Há paz para o coração santificado, e o livramento da condição de miséria espiritual de sujeição ao poder do pecado para todo aquele que é guiado diariamente pela Lei do Espírito de vida em Cristo Jesus, mediante a fé.)
"Da fraqueza tiraram forças." (Hebreus 11.34)
Há alguns tipos de fraqueza que não são pecaminosos. Em referência a esses pontos fracos pode ser, depois de suplicar ao Senhor até três vezes para removê-los - que para o nosso bem, eles devem permanecer por algum tempo. Em seguida, será nosso Deus gracioso em nos dar, em vez de remover a fraqueza, esta resposta: "Minha graça é suficiente para você."
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Este é um caso de, em se tirar força da fraqueza, e há muitos dos santos de Deus que a experimentam diariamente por um abençoado privilégio. Eles são fracos, e continuam fracos. Eles têm enfermidades que uma vez quiseram ver removidas, mas que agora eles se contentam em ter, porque são da mesma mente do Apóstolo - eles se gloriam em suas fraquezas, porque quando são fracos então é que são fortes.
Mas, queridos amigos, há um outro tipo de fraqueza que é pecaminoso – uma fraqueza que não brota da natureza, mas da natureza decaída - não pelo desígnio de Deus, mas de nossa pecaminosidade. E disso deveríamos ter o desejo de nos livrar. Não podemos orar pedindo força na fraqueza pecaminosa, mas devemos sinceramente suplicar por forças para sair dela e de sermos feitos fortes pela graça para poder vencê-la. Isto parece-me ser a bênção especial relativa à fé é citada no texto, "da fraqueza tiraram forças."
É o privilégio inestimável de muitos cristãos serem fortes na fraqueza, quando o ponto fraco é apenas uma enfermidade, mas é um dom precioso igualmente serem feitos fortes na fraqueza quando esta fraqueza é de um tipo pecaminoso, que nos torna suscetíveis à inclinação para determinados tipos de pecados, quer pelo desejo, quer pela sua prática.
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Olhando em volta da Igreja em geral, com um olho tão imparcial quanto pudermos, tememos que a maior parte é hoje comparável a uma enorme enfermaria, em vez de um campo preenchido com bravos soldados. Tanto pastores e membros privados da Igreja são muito geralmente fracos em uma maneira ou outra. Eles estão vivendo, mas são doentes. Eles estão trabalhando para Deus, mas eles estão trabalhando de forma fraca, ineficiente, na energia da carne.
Eu desejo neste dia falar com aqueles que são fracos – fracos onde eles não deveriam ser - e que sentem uma tendência crescente para se contentar com essa fraqueza. Gostaria de incitar aqueles que estão começando a imaginar que fraqueza é o estado normal e adequada de um cristão - que, ser incrédulo, desalentado, nervoso, tímido, covarde, inativo, sem coração, na pior das hipóteses é uma coisa muito desculpável. Eu quero, se Deus quiser, mostrar aos pecaminosamente fracos que sua condição não é boa em todos os aspectos.
Eu quero mostrar que é necessária uma operação da fé para nos tirar disso – de modo a nos livrarmos da nossa fraqueza e sermos tornados fortes pela graça, invertendo nossa condição atual, de modo a permitir-nos que sejamos poderosos na obra de Deus.
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Uma vez que o texto ensina que a fé é a grande cura para a fraqueza espiritual, eu devo, em primeiro lugar, citar alguns casos de cura. Depois analisar o remédio. E em terceiro lugar me esforçarei para administrá-lo, e em quarto lugar, direi uma palavra de louvor ao Médico que o prescreveu.
Nos tempos apostólicos foi pela fé que muitas doenças foram curadas pelo toque de cura dos Apóstolos. Esse poder de cura, provavelmente, tornou-se extinto, ou jaz adormecido na Igreja - mas ainda existem indicações de que a fé tem poder nessa direção. Não posso deixar de pensar que, quando John Wickliffe, erguendo-se no seu leito de enfermidade, disse aos monges que o cercaram, esperando que ele morresse e tentando-o a se retratar, "eu não morrerei, mas viverei para declarar os atos perversos dos monges" - não podemos deixar de pensar que sua fé teve muito a ver com sua cura.
Esses casos maravilhosos gravados na vida de Dorothea Trudel de Zurique indicam o poder singular da fé para ajudar na cura do corpo por sua influência calmante sobre a mente.
Que mulher admirável, que se tornou a fundadora de um hospital em que curas foram operadas principalmente pelos meios da oração e da fé.
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Que a fé fortalece os homens cristãos foi provado muitas vezes na história da Igreja de Deus. A fraqueza da Igreja brota principalmente a partir de uma falta de fé no seu Deus e na revelação que Deus lhe confiou.
Quando os homens acreditam intensamente e agem vigorosamente. E quando os seus princípios penetram suas próprias almas e tornam-se preciosos para eles como a própria vida, então nenhum sofrimento é muito grave, nenhuma tarefa é muito trabalhosa, e nenhum conflito muito heroico. Eles vão enfrentar impossibilidades – rir-se-ão delas e as superarão - uma vez que sabem com certeza que os princípios nos quais eles se fundamentam são certamente de Deus.
Esta parece-me ser a grande obra que Lutero fez em seus dias sob o poder do Espírito Santo de Deus. Ele trouxe de volta a Igreja à sua força espiritual.
Veja um homem como ele entrando em Worms, desafiando uma série de demônios, embora eles fossem tantos quanto as telhas nos telhados das casas! Veja-o levantando-se na Dieta de Worms e alegando que ele não podia se retratar em relação à verdade evangélica que havia pregado e ensinado!
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Veja como Deus usou Whitfield e Wesley para restauração da fé em seus dias. Eles estavam tão cheios do Espírito de Deus, e poderiam vê-Lo tão claramente em todos os lugares no trabalho, que eles não sentiam necessidade de provar o que outros homens estavam discutindo sobre se as Escrituras eram divinamente inspiradas ou não.
Os seguidores de Whitfield e Wesley, em vez de provarem com desconfiança e pedindo desculpas pelo Evangelho com tibieza, vinham adiante afirmando, "assim e assim disse o Senhor."
Irmãos, nossas Igrejas devem voltar para a antiga fé e se vocês não acreditam nos artigos de sua fé, rejeitem-nos e não sejam crentes falsos. Se as doutrinas que vocês professam são, de fato, verdadeiras, peguem-nas gravem-nas em suas almas e consciências. Tenham fé em Deus e na Verdade - que a verdade de Deus não pode ser destruída, nem Deus derrotado.
O que foi provado ser verdadeiro em maior escala tem sido verdade em todas as demais instâncias. Por exemplo, a fraqueza da natureza humana depravada sempre ocupa lugar antes que a energia da fé do Espírito opere em nós.
O pecador, despertado em sua fraqueza, suspira dolentemente:
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"Eu gostaria, mas não posso louvar,
Eu gostaria, mas não posso orar.
Eu gostaria, mas não posso romper os laços do pecado.
Eu gostaria, mas não posso quebrantar o meu coração
e suavizá-lo em penitência.”
Quando o pecador é dirigido para a Cruz e trata de confiar a si mesmo a Jesus - vendo o sangue aspergido e a justiça operando - então o homem pode orar, pode cantar, pode se quebrantar em penitência ou pode se elevar em chamas de amor!
A incapacidade da natureza humana é instrumentalmente removida pela energia da fé. Foi por crer que você se tornou forte. Se você tivesse continuado confiando em sua própria capacidade de vencer a tentação, ou confiando em suas obras, permaneceria se sentindo fraco para sempre - mas quando você olhou para fora de si mesmo para Cristo e confiou nele então a Sua força veio para você! O mesmo é verdade em relação à fraqueza espiritual posterior que ocorre após a conversão. Cristãos que estão vivos para Deus, e são dotados com um pouco de força Divina, são atacados às vezes com um declínio espiritual universal. Assim como às
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vezes vemos uma pessoa forte e saudável empalidecendo e desmaiando, perder o apetite e cair na doença.
Eles não perdem a vida, mas eles perdem toda a sua energia e tornam-se apáticos, sem vida e cheios de inquietações e temores. Em seguida, eles mal podem andar, e muito menos agir. Tais pessoas vão testemunhar que a única maneira de recuperar sua força é pela fé. Eles devem vir novamente para os primeiros princípios e confiar suas almas de novo a Jesus - acreditando mais uma vez com uma novidade de energia nas antigas doutrinas do Evangelho! Eles devem ir a Deus como a um verdadeiro Deus na oração de fé e, em seguida, eles não vão ficar por muito tempo fracos.
Outra fraqueza comum entre os cristãos é a timidez. A modéstia é bonita, mas pode se degenerar em covardia. É bom ser humilde – mas nunca é bom ser fraco e temeroso. Alguns estão sempre com medo. Não se atrevem a tentar isso e não se atrevem a tentar aquilo. E se acontecer de serem colocados num ofício no qual eles possam influenciar os outros por seus conselhos, eles são oficiais chocantemente ruins, porque eles estão sempre mantendo a Igreja debaixo de um espírito de medo da derrota. O que é uma cura certa para a timidez? Fé - a crença na Verdade de Deus, no Seu poder invisível.
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A impaciência, também – a murmuração impaciente - é outra forma de fraqueza cristã pela qual não devemos esperar que sejamos feitos fortes na graça divina, mas devemos implorar por graça para sair dela.
Irmãos e irmãs, se tivéssemos mais fé em Deus que Ele faz tudo cooperar para o bem daqueles que O amam, não ficaríamos tão impacientes!
Consideremos agora o remédio da fé. Um dos primeiros ingredientes do remédio da fé é um sentimento de direito. Todo mundo admite que, quando um homem é certo que o direito está do seu lado, ele encontra força nessa crença. Há verdade no velho ditado que "uma boa consciência é a melhor armadura."
Um homem que não pode argumentar, mas que sabe que ele está certo, de alguma forma ou de outra permanece firme. Ele diz: "meu adversário tem mais inteligência do que eu. Ele entende de lógica melhor do que eu, mas eu sei que eu estou certo." E saber que você está certo necessariamente lhe dá força. A fé é uma crença na justeza daquilo que Deus revela, uma confiança em Sua verdade. E quem não sabe que um homem que crê, por isso, torna-se forte?
Um segundo ingrediente é a autoridade celestial. Todo mundo sabe que um homem que é naturalmente fraco frequentemente atuará
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muito bravamente quando ele tem autoridade para apoiá-lo.
Um homem, portanto, consciente de que ele tem uma missão do Céu, não pode ser medroso! Ele deve ser poderoso! E quando a pessoa sente, além disso que o decreto de Deus o nomeia para realizar um determinado fim. Que a promessa declara que ele deve ter êxito. E que a partir da eterna natureza da verdade não pode sustentar a derrota - então certamente ele permanece inabalável no meio das ondas e ele não pode vacilar! Ele lança todos os pensamentos de medo aos ventos.
Misturado com isso está a consciência da companhia celestial que faz o crente corajoso. O cristão sente que ele tem a companhia do seu Deus e Salvador. O nome de Jesus é "Emanuel, Deus conosco." O melhor de tudo é Deus estar conosco. Se nós sofremos, Jesus sofre em um de seus membros. Se somos caluniados e reprovados por causa de Jesus, é a Cruz de Cristo, que nós estamos carregando, e Jesus a carrega conosco.
Além de tudo isso a fé tem uma expectativa de ajuda sobrenatural. A fé ouve as rodas da Providência que trabalham em seu nome. O cristão, não na imaginação, mas na verdade espiritual, pode ouvir as asas dos anjos voando para o resgate da Verdade Divina. Deus trabalha
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para o Seu povo. O mal Ele dificulta e restringe. O bem Ele vivifica e se multiplica.
Eu não devo omitir um ingrediente poderoso no remédio da vida de fé - a perspectiva de recompensa final. A fé sussurra para si mesma, "Eu posso cair, mas eu ressuscitarei." Ela sabe que, no final, ela não pode, não deve, cair - que ela deve vencer! Quando um homem teme a derrota ele, provavelmente, a traz para si, porque o seu medo a pressagia. Mas quando um homem não sabe como ser derrotado, os pequenos desastres mesquinhos contribuem para a sua vitória final.
A fé vê o invisível e contempla a substância daquilo que ainda está longe. A fé crê em Deus - um Deus presente poderoso pleno de amor e de sabedoria efetuando Seus decretos - realizando seus propósitos, cumprindo Suas promessas, glorificando o Seu Filho. A fé crê no sangue de Jesus, na redenção eficaz na cruz sangrenta. Ela acredita no poder do Espírito Santo! A fé apreende a realidade da Bíblia - ela não olha para ela como um sepulcro com uma pedra colocado sobre a mesma - mas como templo no qual Cristo reina, como um palácio de marfim do qual ele vem cavalgando no seu carro, vencendo e para vencer.
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A fé não acredita que o Evangelho seja um pergaminho desgastado, para ser enrolado e guardado. Ela acredita que o Evangelho, em vez de estar na sua senilidade, está em sua juventude! A fé não faz fugir da luta - ela anseia por isso, porque ela prevê a vitória.
Partes de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.
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“Mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças...” (Is 40.31)
“mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Isaías 40.31)
“Mas os que esperam por Jeová”. Os escritores hebreus empregam a frase, "trocam a força", para denotar "reunir novas forças", e, portanto, "que está sendo restaurado". O Profeta, assim, mostra que as pessoas tementes a Deus, que esperam em Deus, não serão deficientes em força; e ele confirma o que disse anteriormente, "na confiança, a vossa força" (Is 30.15).
Não devemos nos agitar, ou nos mover precipitadamente, mas "esperar" pacientemente. Nesta passagem, portanto, esperar significa nada mais do que paciência. Os homens violentos se despedaçam por sua própria vontade, mas o vigor de homens piedosos, embora tenha menos exposição, e muitas vezes parece estar enterrado enquanto eles calmamente "esperam" a ajuda de Deus, é renovado. Devemos, portanto, voltar à palavra de Paulo, que "O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza." (2 Cor 12.9).
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Devemos, portanto, estar plenamente convencidos da nossa fraqueza, para que possamos nos render ao poder de Deus. Os judeus, que foram oprimidos por aquele cativeiro cruel, tinham grande necessidade desta doutrina; mas nós também, durante esta condição miseravelmente ruinosa da Igreja, é muito necessário.
“Eles levantarão suas asas como águias”. Acredita-se que o profeta usa esta frase, no mesmo sentido que o salmista diz: "Tua juventude será renovada como a da águia." (Salmo 103.5).
É certo que a "águia" possui uma vida muito longa, em comparação com outras aves.
Aristóteles e Plínio afirmam que nunca morre de velhice, mas de fome; isto é, que quando a parte superior do bico se torna demasiado grande, ela não pode levar o alimento para dentro da boca, e por um longo período de tempo subsiste inteiramente com o que bebe.
O Profeta quer dizer que os que confiam no Senhor serão vigorosos, como águias, até a mais avançada velhice. Mas vendo que as águias voam mais alto do que outras aves, pelo que mostram uma rapidez notável, isto também deu origem ao provérbio: "Uma águia entre as nuvens", esta passagem pode ser entendida para
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designar não apenas uma vida longa, mas também força e agilidade; de modo que Isaías, depois de ter revelado que a sua força é recrutada, acrescenta que eles são mais vigorosos, e sobem a uma grande altura. Essa é também a importância do que se segue:
“Eles correrão e não se cansarão”. É como se ele tivesse dito, que o Senhor vai ajudá-los, para que possam prosseguir a sua jornada, sem qualquer molestação. É uma expressão figurativa, em que ele sugere que os crentes estarão sempre prontos para cumprirem seu dever com alegria. Mas será dito: "Há tantos problemas que temos de suportar nesta vida; como, então, ele diz que estamos isentos de cansaço?", eu respondo, os crentes são de fato angustiados e ficam cansados, mas eles são livrados de suas angústias, e sinto que eles têm sido restaurados pelo poder de Deus; para que lhes suceda conforme a palavra de Paulo: "Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;” (2 Cor 4.8,9).
Vamos, portanto, aprender a fugir para o Senhor, que, depois de termos encontrado muitas tempestades, seremos amplamente conduzidos ao porto; por Aquele que tem aberto um caminho, e nos ordenado a avançar nesse curso em que ele nos colocou, não tem a
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intenção de ajudar-nos apenas por um único dia, e nos abandonar no meio da nossa jornada (Filipenses 1.6), mas nos conduzirá para o alvo final.
Por João Calvino - traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
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O Senhor Pelejará por nós se Tivermos Fé
“18 Dos filhos de Rúben, dos gaditas e da meia tribo de Manassés, homens valentes, que traziam escudo e espada, entesavam o arco e eram destros na guerra, houve quarenta e quatro mil setecentos e sessenta, capazes de sair a combate.
19 Fizeram guerra aos hagarenos, como a Jetur, a Nafis e a Nodabe.
20 Foram ajudados contra eles, e os hagarenos e todos quantos estavam com eles foram entregues nas suas mãos; porque, na peleja, clamaram a Deus, que lhes deu ouvidos, porquanto confiaram nele.
21 Levaram o gado deles: cinquenta mil camelos, duzentas e cinquenta mil ovelhas, dois mil jumentos; e cem mil pessoas.
22 Porque muitos caíram feridos à espada, pois de Deus era a peleja; e habitaram no lugar deles até ao exílio.” (I Crôn 5.18-22)
Este texto de I Crôn 5.18-22 foi escrito depois que os judeus retornaram do cativeiro em Babilônia em 537 a. C, e a narrativa que ele contém se refere a uma vitória obtida pelas tribos de Rúben, Gade e Manassés, que habitavam a Transjordânia, contra os descendentes de
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Hagar, ou seja, os hagarenos, especialmente contra os descendentes de seu filho Ismael, o qual ela tivera de Abraão, cujos nomes eram Jetur e Nafis, e que haviam dado origem a estas poderosas nações que levavam os seus nomes.
O que dele aprendemos é principalmente que a batalha que temos que lutar contra os principados e potestades para a conquista da Canaã celestial, pertence ao Senhor e não a nós, porque o poder é do Senhor. Nossa capacidade e força vêm da nossa confiança nEle, e serão tanto maiores quanto maior for a confiança que depositarmos em Deus.
É dito expressamente no verso 22 do nosso texto que era do Senhor a peleja que os rubenitas, gaditas e manassitas empreenderam em seus dias.
E no verso 21 está registrado que eles despojaram o inimigo dos bens que ele vinha mantendo em sua posse. E tal como eles, também o despojaremos se lutarmos contra ele, e se formos ajudados por Deus quando clamarmos a Ele por socorro, confiando somente nEle, como se afirma no verso 20.
E dos versos 18 e 19 podemos aprender que esta guerra contra as forças do Inimigo deve ser feita quando formos capazes de sair em combate, por sabermos manejar bem a espada e o arco, tal
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como os israelitas citados no texto de I Crônicas 3, os quais representavam a arma ofensiva de guerra que é dada por Deus aos cristãos, a saber, a espada do Espírito Santo, que é a Sua Palavra.
Todos os cristãos estão portanto envolvidos numa grande guerra de fé, à qual Paulo se refere como sendo o bom combate da fé contra os principados e potestades do mal.
A Bíblia está repleta de narrativas relativas às vitórias que o Senhor deu a Israel quando eles confiavam nEle e Lhe clamavam por socorro nas batalhas contra os seus inimigos. E vemos isto claramente, como por exemplo, no Salmo 124 que citaremos a seguir:
“1 Não fosse o SENHOR, que esteve ao nosso lado, Israel que o diga;
2 não fosse o SENHOR, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,
3 e nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós;
4 as águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente;
5 águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma.
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6 Bendito o SENHOR, que não nos deu por presa aos dentes deles.
7 Salvou-se a nossa alma, como um pássaro do laço dos passarinheiros; quebrou-se o laço, e nós nos vimos livres.
8 O nosso socorro está em o nome do SENHOR, criador do céu e da terra.” (Salmo 124)
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Fortifica-me Oh Senhor!
Livra-me do meu abatimento Senhor,
Quero orar, pregar, ensinar, escrever,
Para o meu próximo ser abençoado por Ti,
Por meio do que me inspirares a dizer.
Fortifica-me com a Tua graça Jesus
Porque sem ela nada posso fazer,
Se me faltarem o ânimo, e a unção
Que vêm do Teu óleo de alegria.
Sem a força da Tua graça
Sou como um morto, um desvalido,
Incapaz de pronunciar uma só palavra.
Não tenho o direito de gastar a vida em nada
Por me sentir detido por minhas aflições
E por todo o abatimento de minha alma.
Não importam os motivos que me atribulem
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Porque tudo quando importa é a Tua graça...
Gerando vida onde existe a morte.
Pois serão, todas as nossas dores presentes,
Plenamente compensadas na eternidade.

Edition Notes

Published in
Rio de Janeiro

The Physical Object

Format
Paperback
Pagination
xxi, 147p.
Number of pages
147
Dimensions
21 x 14,8 x 0,8 centimeters
Weight
197 grams

ID Numbers

Open Library
OL25937057M

Work Description

Religião cristã

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